Paulo Miklos foge de polêmica e elogia Pabllo e Jojo: “Que Tiro Foi Esse é um barato”
Se você entrou nas redes sociais durante o carnaval, provavelmente se deparou com alguma polêmica envolvendo os hits do momento. Aconteceu com Vai Malandra. Aconteceu com Que Tiro Foi Esse. Aconteceu com praticamente todas as músicas que foram tocadas a exaustão nas últimas semanas. Tudo graças à (interminável, diga-se de passagem) discussão sobre “bom gosto” e “qualidade musical” – enaltecida, por exemplo, por Jorge Vercillo. Mas não são todos que acham válido entrar nesse debate. É o caso de Paulo Miklos.
“Esses hits instantâneos são um barato. Que Tiro Foi Esse é um barato! Acho sensacional todo mundo compartilhando. É mesmo um grande hit. É a mesma coisa da canção, chega um momento em que ela não é mais sua. Você compõe, arranja, grava. Daqui a pouco não é mais sua por que passa a ser cantada em diversas situações. Ainda hoje cantam Polícia nas manifestações quando existe repressão, cantam Sonífera Ilha no carnaval. Com o Tiro é parecido. Ela caiu na rede e virou brincadeira com as pessoas caindo no chão. Vi um pessoal na praia brincando com isso, acho divertido”, disse em entrevista ao Pânico na Rádio nesta segunda-feira (19).
O roqueiro ainda não teve a oportunidade de conhecer pessoalmente Jojo Todynho, a funkeira carioca responsável pelo hit. Mas ele já teve um contato próximo com outra estrela da atualidade: a drag queen Pabllo Vittar, a quem ele também diz admirar.
“Acho sensacional o Pabllo Vittar. Ele tem o pacote completo. Encontrei ele uma vez no aeroporto e minha enteada de 7 anos de idade ficou louca. Fiquei sem graça de ir pedir foto, aí foi a mãe pedir e ele foi muito bacana. Ajoelhou, conversou com ela, tirou foto. Foi bem carinhoso. Mostrou que está preparado para viver esse momento de fenômeno, de invasão e superexposição. Está com a cabeça no lugar”, contou.
Miklos esteve na bancada para divulgar seu mais recente disco de estúdio, intitulado A Gente Mora no Agora (2017), terceiro álbum de sua carreira solo e primeiro lançado após sua saída dos Titãs. O nome foi retirado da letra da faixa de abertura, A Lei Desse Troço, parceria com Emicida. As parcerias, por sinal, são os destaques aqui. Além do rapper paulistano, existem composições de outros grandes nomes da música contemporânea, como Lurdez da Luz, Tim Bernardes, Silva e Mallu Magalhães, e outros já veteranos, como Céu, Nando Reis, Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes.
“É um disco fabuloso com muitos encontros felizes. A proposta era criar uma coisa bem brasileira transitando entre gêneros. Traí o rock, traí todos os movimentos (risos). A própria banda que montei para tocar comigo é mista. Tem gente jovem e tem gente mais experiente. Eu estou no violão e a sonoridade que conseguimos tem tudo a ver com isso. É um violão de nylon, o que faz com o som fiquei bem brasileiro”, afirmou.
A primeira música de trabalho é Vou Te Encontrar, canção composta pelo amigo – e também ex-Titãs – Nando Reis que faz parte da trilha da novela O Outro Lado do Paraíso, trama das 21h da TV Globo. De acordo com Miklos, a faixa foi escrita especialmente para ele e fala sobre sua história com a ex-mulher Rachel Salém, morta em 2013 vítima de um câncer de pulmão.
“O Nando é sensível, um compositor maravilhoso. Ele conviveu muito comigo naquela época então conseguiu fazer uma canção muito delicada e bonita. Sempre a canto com muita emoção. Fiquei feliz de ter entrado na novela, o público já está cantando junto (…). Chorei quando a recebi. Choro ainda à beça. Não me envergonho disso. Posso chorar até na frente dos outros. Choro e acho que tem mais é que chorar”, brincou.
O músico apresenta a turnê A Gente Mora no Agora em São Paulo (SP) no dia 22 de fevereiro, Jundiaí (SP) no dia 24, Florianópolis (SC) em 10 de março, Blumenau (SC) no dia 11, Barueri (SP) no dia 16, Porto Alegre (RS) em 22 e 23, Curitiba (PR) em 24 e retorna à capital paulista em 6 de abril. Mais informações podem ser encontradas em suas páginas nas redes sociais.
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