Penélope Nova se diz consumidora de pornô, mas critica modo machista com que é feito
Que Penélope Nova gosta de falar de sexo não é nenhuma novidade. No início dos anos 2000, ela foi inclusive precursora na televisão brasileira ao abordar o assunto sem tabu nos programas Erótica MTV e Ponto Pê. E essa carreira está longe de acabar. A apresentadora se prepara para ministrar uma palestra no próximo sábado (3) durante o Íntimi 2018, feira dedicada ao universo de produtos e serviços ligados à sexualidade. Em entrevista ao Pânico na Rádio, contou que costuma se organizar para esse e outros eventos lendo e estudando o tema e (por que não) assistindo a vídeos pornográficos – que, embora goste, discorda da maneira machista com que são produzidos.
“Não sou contra. Super consumo, me masturbo com frequência, mesmo namorando. Meu lema é ‘uma siririca por dia garante nossa alegria’. Levanto essa bandeira. Mas dentro da pornografia o olhar sempre é masculino. Quem domina e produz tudo é o homem. É preocupante. Parece, por exemplo, que vamos virar uma espécie em que não vai mais haver pentelho, por que não existe filme com mulher que tenha pentelho! É bizarro. Lamento que esse controle exista. Até por que o cara mais jovem aprende sobre sexo ali. Aqui entra o papel de educar os filhos e falar sobre sexualidade com eles. É outra barreira para romper”, disse.
Penélope afirmou que não se considera o que muitos chamam de “feminazi”, termo inventado por opositores dos movimentos que combatem o machismo, mas que hoje se enxerga, sim, como feminista. Ela não entende, por exemplo, por que os homens são engrandecidos quando conversam entre si sobre “sacanagem”, em suas palavras, enquanto as mulheres são diminuídas se pegas na mesma situação.
Quem concordou e disse ser uma a ter aprendido sobre sexo com a pornografia, mais especificamente com as revistas de seu irmão mais velho, foi Cristiana Oliveira. A atriz também esteve na bancada pois participará da palestra com a colega. Ela, por sua vez, discursará não diretamente sobre sexo, mas sobre autoestima.
“É que o sexo está incluído na autoestima. Falarei sobre tudo que leva à autoaceitação. Sobre como a mulher se olha no espelho. E não digo só fisicamente. Digo em ela saber como ela está. A mulher se submete a determinadas coisas dos homens e sabemos que um percentual alto acaba perdendo sua identidade. Ela começa a perceber que está seguindo padrões pré-estabelecidos pela sociedade. Como ela se sente perante às situações passa a ser desimportante. Uma estimativa mostra que 70% das mulheres brasileiras já fingiram um orgasmo”, contou.
A Íntimo Expo acontece de 2 a 4 de março no Centro de Eventos Pro Magno, bairro da Casa Verde. A entrada é gratuita e a programação completa pode ser encontrada no site oficial do evento.
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