Pré-candidato à presidência pelo Partido Novo, João Amoêdo aposta no discurso do “não político”
A história tem se tornado cada vez mais comum. Algum profissional de destaque começa a ganhar popularidade em sua área (seja ela qual for) e, em meio a um cenário de crise, passa a cogitar uma entrada na política. Quando finalmente chega, o discurso costuma ser o mesmo: o do candidato “não político” que rechaça as práticas daquele ramo. É assim com João Amoêdo, engenheiro civil e administrador de empresas atual pré-candidato à presidência pelo Partido Novo.
“Não era para eu entrar na política. A política sempre foi só para quem era do meio. Acabei caindo por acaso. Foi uma ideia de 2008. Eu queria ajudar a área pública. Não é possível a gente pagar tantos impostos para ter serviços tão ruins! E percebi que, para mudar, precisava renovar. Aí veio o Partido Novo (…). Basicamente temos tudo de diferente. Grande parte da turma está na política há 20, 30, 50 anos, sempre dentro do mesmo roteiro. Fiz um caminho diferente”, disse nesta sexta-feira (16) durante participação no Pânico na Rádio.
Executivo do mercado financeiro que trabalhou vários anos como bancário, o carioca de 55 anos defende princípios liberais de menor intervenção do Estado na economia. Entre suas propostas estão a privatização de bancos públicos, uma ampla reforma no sistema tributário (com redução e simplificação das contas) e uma urgente reforma na previdência.
“Vai ser difícil nosso partido fazer qualquer coligação. A turma que está lá pensa muito diferente. Eles querem manter isso que está aí (…). Não entrei na política para ajudar nem privilegiar ninguém. Só entrei pela ideia genuína de melhorar a vida das pessoas. Precisamos de impostos, tudo bem. Mas nem tanto e nem de forma tão complexa. São duas mil horas só para calcular nossa carga tributária. E o dinheiro tem que ficar no município e no estado, não ir para Brasília”, afirmou, elogiando a reforma feita recentemente nos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump.
Ainda de acordo com o candidato, sua campanha eleitoral não usará dinheiro público. O financiamento virá dos mais de 17 mil filiados do partido que contribuem mensalmente com 29 reais. Pelo valor baixo, terá apenas 7 segundos de tempo de televisão, motivo pelo qual pretende focar as atenções na “sola de sapato” e nas redes sociais.
“O cidadão tem que ser protagonista da sua vida. Quem vai definir tudo são os eleitores. A turma jovem vê televisão? Não. Ainda mais programa eleitoral. Não acho que isso seja um problema. Hoje temos as mídias sociais, o Whatsapp”, explicou. “As pessoas têm que tornar o voto útil. E isso não é pegar quem está na frente das pesquisas e votar. Isso é delegar a responsabilidade. Tornar o voto útil é votar em quem você acredita. Assim você vai passar a mensagem certa”, concluiu.
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