“Prisão para político é pouco”, defende o cientista político Bruno Garschagen
No Pânico na Rádio desta sexta-feira (18) para divulgar o livro “Pare de Acreditar no Governo”, o cientista político Bruno Garschagen analisou a situação brasileira atual e ainda deu sua opinião sobre as crescentes prisões de políticos, que deveriam ter consequências ainda maiores.
“Prisão para político é pouco. [Ele] deve perder todo o patrimônio envolvido em esquema de corrupção e, se estiver devendo e o patrimônio não cobrir, deve trabalhar e a renda deve ser confiscada para cobrir o rombo que ele deixou”, defendeu. “Na cadeia ele não é punido, não devolve nada, continua com o patrimônio para passar para a família e nós ainda pagamos a quentinha que ele vai comer”, explicou.
O cientista político ainda afirmou serem “infames” os privilégios políticos no Brasil. “Presidente ter um palácio para morar já é errado. Presidente deveria ter que pagar aluguel, celular e ter o salário reduzido. Os privilégios têm que ser cortados e Brasília deveria ser privatizada. A capital deveria ser em uma cidade populosa para o presidente sentir quando fizer bobagem”, afirmou.
Analisando o resultado das eleições municipais, Garschagen confessou que “não tem muita expectativa positiva”. “Há um desafio imediato com a política de elite desprepara e corrupta que temos. Se algo der certo vai ser a exceção à regra”, falou ao comentar a eleição de candidatos que se diziam “gestores” e não “políticos”.
“Político profissional já deveria ser gestor e não uma concepção separada. Muitos se elegeram nessa moda de ‘gestão’ porque viram nisso um valor e uma tentativa de passar novidade e esperança”, comentou.
Durante a entrevista, Bruno Garschagen falou sobre a tendência de os brasileiros não confiarem em políticos, mas amarem o Estado. “Criamos a imagem de uma instituição que é capaz de resolver problemas, mas quando materializamos essa instituição e vemos o político já não confiamos”, analisou ao comentar sobre as crescentes manifestações contra as formas de governo.
“As pessoas viram que esse modelo deu errado. É um momento político interessante porque perceberam que há um problema sério que exige mudança. Não sabem ao certo qual é a mudança, mas procuram mudar”, falou.
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