"Quem desdenha quer comprar", confirma Alessandro Vianna no Pânico
Em participação especial para o Dia dos Namorados, o psicólogo Alessandro Vianna bateu o ponto no programa Pânico e, em mais um encontro anual, se dedicou a explicar à galera do Pânico e aos ouvintes da Pan o que é o amor. E, de acordo com Vianna, não dá para definir esse sentimento: “É tão subjetivo que nem a ciência consegue definir. É muito amplo, não é palpável”. E agora?
Autor do livro ‘Casal Nota 10’, Alessandro ainda explicou que pouquíssimos seres humanos de fato conseguem ser feliz sem o amor, e isso é cientificamente comprovado. “Todas as precisas mostram que o ser humano é mais completo quando tem alguém para amar, para ter esse tipo de troca”, comentou o psicólogo. Assim, ele explicou o que, psicologicamente falando, geralmente acontece com quem diz que ‘prefere ficar sozinho’: “Muita gente vem de uma relação ruim dos pais e então acaba achando que relacionamentos são ruins. Então prefere ficar sozinha do que correr o risco de ter um relacionamento”.
Então, sexo não é só para procriar nem só para dar prazer, assim como paixão e amor são coisas distintas. “O instinto primitivo faz sentido, mas você também tem a relação para ter prazer, a tranquilidade e a intimidade”, explicou Alessandro. E, ainda de acordo com ele, a paixão se transforma em amor depois de um processo de construção diária: “você passa de paixão para o amor quando, depois de perceber que algumas faltas continuam ali e, mesmo assim, você sente tranquilidade com aquela pessoa”.
“Por isso que muitos relacionamentos não passam de seis meses”, acrescentou o psicólogo, explicando que a pessoa não quer ceder a essas faltas. Ou seja, saber ceder e, mais ainda, saber quando ceder é essencial para construir esse relacionamento saudável. Segundo Vianna, a autoestima também é essencial para a felicidade no amor, seja namorando, casada ou solteira.
“No amor doentio, que a pessoa necessita do sofrimento para levar o relacionamento. É aquela pessoa que tem a autoestima tão ruim que precisa ter alguém do lado, não importa o que aconteça”, explicou o psicólogo. “Ciúme também geralmente está relacionado à questão da autoestima, de não confiar em si mesmo e achar que você pode ser trocado por qualquer pessoa”, acrescentou. E o mesmo funciona ao contrário, porque a pessoa com uma boa autoestima “confia no próprio taco” e não cria neuras coisa com detalhes: “Se você liga e o telefone está ocupado, você pensa que só está ocupado e ponto”, exemplificou Vianna.
E, de acordo com o psicólogo, o amor leva tempo para ser construído e é preciso dar e receber. “Você passa de paixão para o amor quando, depois de perceber que algumas faltas continuam ali e, mesmo assim, você sente tranquilidade com aquela pessoa”. Entretanto, ele explica que ceder demais também não é o ideal: “É a química, são os valores. Aquela fase que os opostos se atraem eu contesto, porque não sustenta. Algumas diferenças complementam o relacionamento, mas sem valores no mínimo parecidos a relação não se sustenta”.
E, para a surpresa de muitos, Alessandro Vianna confirmou o dos ditos populares que é um grande clássico: “Vamos partir do simples princípio que ‘se a pessoa realmente não representa nada para mim, por que eu vou odiar?’. Então quando falam que a alguém fala que ódio e amor andam juntos está certo. Quem odeia tanto geralmente confunde esse sentimento com amor. Então quem desdenha quer comprar”.
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