Reprovação de alunos na pandemia pode causar injustiça, diz secretário da Educação de SP

Rossieli Soares debateu o retorno às aulas no programa Pânico desta quinta-feira, 3

  • Por Jovem Pan
  • 03/09/2020 14h22 - Atualizado em 03/09/2020 14h26
ANTONIO MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Rossieli Soares debateu a volta às aulas no Pânico

Rossieli Soares, secretário da educação do Estado de São Paulo, reforçou, em entrevista ao Pânico nesta quinta-feira (3), que a rede pública de ensino não terá reprovação neste ano por causa da pandemia de Covid-19. “Com a reprovação ou aprovação, você pode causar injustiça. Reprovar nesse momento não é legal. Em vez de dizer que [o aluno] está aprovado ou reprovado, transformamos um ano em dois. O ano de 2020 será computado junto com o de 2021, tendo 8 bimestres, isso na rede estadual. Se o aluno não recebeu nada nesse ano, ele pode recuperar as notas no próximo ano. Será a primeira vez que faremos isso”, explicou. Ele também ressaltou que os alunos no 3º ano do ensino médio poderão ficar mais um ano na escola para se preparar para o vestibular. “Vamos criar um ano opcional nas escolas públicas para aquele aluno que não passar no vestibular e não puder fazer um cursinho. Os alunos podem permanecer mais um ano no Ensino Médio. Fazer só uma área do conhecimento ou duas áreas. Será um 4º ano opcional, para quem quiser”, disse o secretário.

Sobre o retorno às aulas, Rossieli confirmou que está marcado para o dia 7 de outubro e não terá 100% dos alunos. “A volta depende do estado todo chegar à fase amarela, 80% da população precisa estar na fase amarela, seja para a rede pública ou privada. Optamos para que cada rede [estadual, municipal e privada] faça suas definições sobre a forma de organização desse retorno, mas será um rodízio até 35% dos alunos”, informou. Dentro dos protocolos de segurança, as escolas adotarão a verificação de temperatura, o uso de máscara e cuidados com a higiene. O secretário ainda deixou claro que a preferência será para alunos com menos condições financeiras, que não conseguiram acompanhar as aulas remotamente e para os alunos que quiserem aderir ao retorno.

Para ele, o futuro da educação não é à distância, mas com a inclusão da tecnologia. “Tem muita coisa que criança pequena não aprende com pai ou mãe, mas com outras crianças no momento de socialização. Não dá para abrir mão da presença do professor, o papel dele vai mudar pelas tecnologias, mas como mobilizar esse conhecimento é importante. A educação também está passando por um processo que pode justificar uma mudança. A tecnologia veio para ficar. Só precisamos virar a chave e dar melhores condições, melhorar a estrutura das escolas, internet etc”, finalizou.

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