"Sistema político favorece partidos de forma ruim", analisam especialistas
No último domingo (02) o Brasil elegeu prefeitos e vereadores. Em São Paulo, a vitória no primeiro turno de João Doria Jr. (PSDB) foi um resultado surpreendente, já que a ascensão foi meteórica. Debatendo sobre o assunto, Gustavo Oliveira e Raduan Meira, do instituto de pesquisa política Mercado Popular, e o jornalista Claudio Tognolli estiveram no Pânico desta terça-feira (03).
Para muita gente, a política brasileira é uma área nebulosa e de difícil compreensão. São centenas de partidos, horários políticos com campanhas bizarras e um cenário de crise, além das fases intermináveis da Operação Lava Jato.
Segundo Raduan Meira, especialista em pesquisas políticas, “o problema é que o sistema político brasileiro favorece os partidos de uma forma ruim. Eles têm acesso ao dinheiro público. É um sistema viciado desde o início e é mais um dos problemas que a ditadura nos deu. Não é um reflexo da sociedade. Os partidos ganham dinheiro sem ter representatividade”.
Haddad versus Doria
No estado de São Paulo, o resultado ficou claro logo no início da noite. Depois de manifestações, sejam pró PT ou contra, o empresário João Doria Jr levou o cargo de prefeito. “Um dos aspectos da crise é a rejeição das pessoas que estão aí. A gente quer mudança, a gente quer resultado”, analisou Meira.
Já para Gustavo Oliveira, também especialista político no Instituto Mercado Popular, “o Haddad quis fazer coisas inovadoras, mas sem muito planejamento. E esse foi um dos principais problemas. O Doria fez justamente o discurso oposto”.
Vale dizer que das 93 cidades que têm possibilidade de segundo turno, o Partido dos Trabalhadores só conseguiu se eleger em apenas uma, evidenciando a derrocada da legenda, que foi cercada de investigações de escândalos nos últimos meses.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.