“Stand-up é uma frescura”, critica o humorista Paulo Silvino

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2014 14h08
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Jovem Pan

Não importa a geração a que pertença. Novato ou veterano, é praticamente impossível encontrar um comediante de sucesso atualmente no Brasil que não faça espetáculos de stand-up (gênero em que o artista atua em pé, sem a ajuda de acessórios, cenários ou outros recursos teatrais). Paulo Silvino, que já completou mais de 45 anos de carreira, não foge à regra. Em entrevista ao Pânico nesta terça-feira (25), porém, ele afirmou que não gosta de usar esta nomenclatura para suas apresentações. 

“Stand-up é uma frescura. Faço desde que nasci. O Zé Vasconcellos [José Thomaz da Cunha Vasconcellos Neto, o gago Rui Barbosa Sa-Silva da Escolinha do Professor Raimundo] fazia a mesma coisa 70 anos atrás. Mas só inventaram esse nome agora. É uma ‘bonequice’”, criticou.

“Stand-Up é uma frescura”, critica Paulo SilvinoO espetáculo solo – como ele prefere chamar – com que está em cartaz é o Pintando no Pedaço, cujas últimas sessões serão realizadas nos próximos dias. Ao mesmo tempo, prepara-se para estrear As Aventuras do Papaceta, peça com a qual iniciará em breve turnê nacional e internacional. Nela, ele viverá um pirata responsável por entreter sua tripulação com histórias divertidas e, segundo suas próprias palavras, “cheias de sacanagem”.

Questionado sobre o conteúdo de suas piadas, Paulo negou que os textos sejam voltados unicamente ao público masculino. “Essa peça, por exemplo. Embora seja rude, com um palavreado rude, ela é bem feminina. As mulheres vão se interessar muito. Mais do que os homens até. Afinal, o Papaceta é um cara que nasceu bem dotado! Elas vão adorar a história por isso (risos)”, brincou.

Durante sua participação no programa, o convidado também relembrou os principais momentos da sua carreira. Ele começou com 20 e poucos anos na música, quando foi chamado de “o Elvis Presley brasileiro”. Em seguida, foi para o rádio, o teatro e a televisão, sendo que atuou em praticamente todas as grandes emissoras da década de 1960, incluindo as TVs Tupi, Excelsior, Rio e Continental. Até que chegou à TV Globo, onde deixou uma série de bordões registrados na memória coletiva dos telespectadores. Entre eles estão o “Guenta, doutor, ele guenta” (do policial Fonseca), “É uma tremenda bichona” e “Cara, crachá, cara, crachá” (ambos do porteiro Severino).

“Cada bordão é feito de um jeito. Os meus que mais pegaram vieram de cacos (improvisos que fogem do roteiro original) que passaram a ser feitos com frequência nos textos”, explicou.

Paulo ainda comentou as participações que fez à frente do Cassino do Chacrinha, apontou seus comediantes preferidos da nova geração (com destaque para o companheiro de Zorra Total Rodrigo Santana) e rasgou elogios ao amigo Jô Soares. Confira a íntegra no áudio.

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