"Tomava meio litro de conhaque puro de manhã”, revela Rafael Ilha

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2015 14h00
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Bruna Piva / Jovem Pan <p>Rafael Ilha participa do Pânico</p>

Nesta sexta-feira (24), o cantor e apresentador Rafael Ilha foi ao programa “Pânico” para falar de seu livro, “As Pedras do Meu Caminho”. Limpo há 15 anos, ele já passou por clínicas que custavam 19 mil reais por mês e defende que o governo deveria investir na reabilitação de dependentes químicos. “Se você fizer um negócio sério, milhares de famílias assinariam uma internação involuntária”, disse Ilha. “O dependente de crack não quer estar internado, quer estar na rua usando a droga dele. Quem não tem família está na lama”.  

Falando sobre o começo do problema das drogas, ele ainda desabafou sobre uma reflexão que faz consigo mesmo: “eu paro para pensar quem foi que inventou essa m**rda”. “Você entra na cracolândia e vê uma criança de sete ou oito anos às três da manhã catando farelinha no chão com o olho arregalado, não tem como não ter dó”, acrescentou Rafael Ilha.

De acordo com ele, seu vício começou por mera curiosidade. “Eu via meus amigos usando e ficando muito louco, dava um tiro e curtia a noite inteira, então foi”. “Experimentar, sim, mas depois a escravidão não é escolha. Ninguém gosta de ficar sujo no chão, dormir no lixo e pedir dinheiro no farol”, destaca Ilha.

Então, segundo Rafael Ilha, a resistência de seu corpo para o efeito das srogas aumentou com o uso, chegando ao ponto em que precisava de 70 pedras de crack para conseguir dormir, o que não quer dizer que ele sentia o mesmo prazer do começo do vício. “O único prazer que você tem é no primeiro trisquinho que você fuma, as outras 69 não te dão o mesmo prazer. Eu tinha que beber e não tomava uísque e essas coisas, eu tomava meio litro de conhaque puro de manhã”.

“E eu não queria mais ser escravo disso. Ou eu morria de overdose e eu coloquei duas balas em um revólver e comecei a fazer roleta russa. Aí eu só lembrei de um telefone, que era de um delegado, e falei para ele ‘você tem 15 minutos para chegar aqui e eu estar vivo’. Então ele chegou em 10”, lembrou Rafael Ilha.

Hoje em dia, ele destaca o quanto conseguiu se reerguer, agora com três empregos, dois filhos e uma família cheia de amor.  Nesse sentido, ele destacou a sua força para conseguir se reerguer: “algumas pessoas que eu conhecia sentiam vergonha. Mas eu acho que a maioria das pessoas que eu conhecia tinha pena. Mas eu sou uma fênix. Como eu me levantei sozinho, eu me sinto mais forte. Entrei na b**ta sozinho e saí sozinho”, contou o cantor. “E quem é quem para me julgar?”. “As pessoas acham que conhecem minha história pelo que eles veem na televisão, mas minha história é muito maior que isso, não é só prisão e internação”, ressaltou o cantor.

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