Pondé: ‘O veganismo virou business, e tudo bem’

Em entrevista ao Pânico, Luiz Felipe Pondé, Ricardo Laurino e Lara Nesteruk falaram sobre o veganismo

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2019 14h08
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Jovem Pan Luiz Felipe Pondé, Lara Nesteruk e Ricardo Laurino foram os convidados do Pânico nesta terça-feira (24)

Pânico recebeu nesta terça-feira (24) o filósofo Luiz Felipe Pondé, o presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) Ricardo Laurino e a nutricionista Lara Nesteruk, do programa Mulheres da Pan, para discutir o veganismo.

Para Pondé, o veganismo virou um negócio. “Hoje o veganismo é business, como Louis Vuitton, normalmente para gente com dinheiro, e tudo bem”, afirmou o filósofo. “Tem um mercado gigantesco entre os jovens”, continuou.

O escritor reforçou que não tem nada contra o veganismo, mas reconheceu que muitos adeptos têm um ar de superioridade que, na verdade, é falso. “Não sou contra o veganismo, mas há uma componente moralista puritana que às vezes se descola da realidade”, explicou.

“As pessoas têm o direito de comer o quiser, isso não está em debate, mas o problema é que isso vem empacotado numa atitude em que você é puritano”, disse, citando que muitos veganos acham que são puros por não consumir produtos de origem animal.

Respeito com os animais

Para Ricardo Laurino, no entanto, o veganismo não tem a ver com puritanismo, mas com respeito. “O veganismo é a ampliação do respeito pelos animais. Não é sobre comida, é sobre a gente respeitar os animais”, explicou.

Ele afirmou que não comer carne acaba sendo uma consequência desse estilo de vida. “A consequência natural é evitar ao máximo a exploração e a violência contra os animais. Isso acaba no prato das pessoas. A comida já é uma consequência de uma postura de respeito aos animais”, argumentou o presidente da SVB, destacando que o respeito aos animais é uma causa cara a todo mundo, mas que algumas pessoas avançam mais do que outras.

Já Lara Nesteruk, que já foi vegana e vegetariana, rechaçou a ideia de que o veganismo torna o mundo um lugar melhor. “Toda vez que tenho um pensamento coletivista, isso tecnicamente deveria produzir algo bom, mas produz o inferno”, afirmou.

Reforçando que deixou de consumir produtos de origem animal por muito tempo, mas nunca foi “chata”, a nutricionista concordou que o veganismo é muito mais do que não comer carne. “O veganismo é uma filosofia de vida, engloba tudo. Eu não usava shampoo, fazia meu próprio desinfetante de casa”, lembrou.

A apresentadora do Mulheres da Pan reconheceu, no entanto, que muitos praticantes gostam de julgar quem não segue a mesma filosofia. “Eles são extremos, exagerados, para que a barra possa ir um pouco mais a frente”, disse Lara Nesteruk.

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