Vera Magalhães revela bastidores de entrevista com Temer: “não houve veto a nenhuma pergunta”

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2018 14h04
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Johnny Drum/Jovem Pan Jornalista é apresentadora do "3 em 1" na Jovem Pan

A jornalista Vera Magalhães, apresentadora do programa 3 em 1 da Jovem Pan, esteve no Pânico na Rádio nesta quinta-feira (1) para falar sobre a entrevista exclusiva feita ontem em Brasília com o presidente Michel Temer. E durante a conversa ela revelou algumas histórias de bastidores interessantes. Disse, por exemplo, que o político “enrolou um pouco” para aceitar o encontro, mas garantiu, por outro lado, que não houve veto do Palácio do Planalto a nenhuma de suas perguntas.

“Eu tinha pedido essa entrevista em dezembro, ele enrolou um pouco, mas deu. Foi tranquilo. Transmitimos tudo ao vivo. Ninguém perguntou antes o que eu iria perguntar a ele, ninguém vetou nenhuma pergunta. A única determinação foi o tempo. Eu tinha 40 minutos e ponto, não poderia passar disso”, disse.

Na entrevista em questão, o emedebista declarou que não será candidato à reeleição nas eleições gerais de 2018 e apontou seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como uma possível opção para a disputa. Vera, porém, não acredita tanto nesse discurso.

“Eu vi o Temer como um cara que está, sim, tateando terreno para ser candidato. Está olhando na savana para ver se sobra um animal para caçar. E ele tem tempo para isso. Enquanto alguns têm que renunciar de seus atuais cargos se quiserem concorrer, ele não precisa. Tem essa vantagem comparativa. Isso dá tempo para ele esperar e ver se a intervenção militar vai surtir efeito no Rio de Janeiro, se a economia vai melhorar, se os empregos vão aumentar. Ele vai surfar nessa onda. Só que não enxerga a impopularidade dele. Perguntei sobre isso e ele disse que sua popularidade está aumentando”, explicou.

Eleições de 2018: tudo “farinha do mesmo saco”

A paulista já atuou no Diário do Grande ABC, na revista Veja, na Folha de S. Paulo e atualmente, junto ao trabalho na Jovem Pan, assina uma coluna no Estadão. Ou seja, está bastante acostumada a analisar o cenário nacional. Mesmo assim, não tem posições político-partidárias, já que não vê muita diferença entre os nomes mais populares em termos éticos.

“Sabe o que eu acho? O médico não diz que disseca cadáver e não fica mais impressionado? Quando você cobre política como jornalista, sabe que não existe salvador da pátria e não adota mitos. Todo mundo é igual. Farinha do mesmo saco em menor ou maior grau. Todo mundo busca dinheiro para se reeleger. Todo mundo coloca colegas no cargo. Não tem santo nem partido maravilha. Não tem paixão. Eu ‘apanho’ de petista, tucano, bolsominion. Quando você apanha de todos os lados é um bom sinal”, contou.

Vera pontuou o que pensa sobre os principais nomes de cada um dos partidos. Geraldo Alckmin (PSDB), segundo ela, possui certa popularidade em São Paulo, mas “não conversa” com outras regiões do país, como o norte, o nordeste e o centro-oeste. Lula (PT), por sua vez, deve ter outras condenações (além das duas já recebidas) e não vai conseguir ser candidato. E Jair Bolsonaro (PSL) é do tipo que faz barulho, mas não tem força “na hora H”.

“As pessoas estão P da vida com os políticos. Aí procuram alguém diferente com um discurso de enfrentamento e nessa hora o Bolsonaro parece bacana. Mas na hora do voto todo mundo tem medo de propostas radicais e de quem não tem apoio (…). Ele consegue se comunicar com todas as classes, mas tem remota chance de ser eleito. O partido dele é nanico, não tem respaldo. Nem sabemos o que pensa de economia, saúde, educação, concessões. Ninguém sabe, ninguém pergunta, ficam só no discurso ‘BolsoMito’. Ele vai governar com quem, os minions da internet? Não é assim. Nem liberal ele é. É nacionalista e estatizante”, opinou.

Em quem votar então?

Já que está difícil, quem será que a jornalista considera ser uma boa opção para o pleito deste ano? De acordo com ela, esta é uma pergunta impossível de se responder.

“Quem sou eu para dizer? Votem em quem quiserem (risos). A consciência é de cada um. Tem que ver o que você acha melhor. O Estado mais presente? Então vota mais à esquerda entre os nomes que não têm ficha corrida. Se quer o Estado menor, mais enxuto, liberal, o que é mais ou menos a minha linha, procura um candidato aqui. Eu não voto por que é meu jeito de me resguardar desse Fla x Flu. Em um eventual segundo turno, se houver nomes muito opostos em relação ao que penso, eu voto. Aí precisa se posicionar. Mas as pessoas têm que entender o que é a atribuição de cada cargo. Dane-se o que cada um pensa sobre o Queer Museum ou outras polêmicas. Temos que entender mais antes de falar bobagem”, concluiu.

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