Papa cria grupo para estudar possibilidade de mulheres serem diaconisas
Papa Francisco cria grupo para estudar a hipótese de mulheres assumirem o papel de diaconisas, reduzindo diferenças na Igreja Católica. O anúncio da formação dessa comissão foi feito nesta terça-feira (02) e pode significar mudança histórica para a instituição.
O diaconato é o grau anterior ao sacerdócio na hierarquia do catolicismo e tem a autorização, inclusive, para celebração de batizados e casamentos. No entanto, os diáconos são proibidos de consagrar a Eucaristia, ouvir confissões e realizar a unção dos enfermos.
O Vaticano não anunciou quando a comissão vai iniciar os trabalhos, nem a data em que os resultados serão apresentados.
A professora de Teologia da PUC do Rio de Janeiro, Maria Clara Bingemer, explicou por que ainda existe resistência quanto ao tema na Igreja Católica. “Só os homens é que poderiam ser outros Cristos, porque Cristo era homem. E o argumento de ransição é que Jesus poderia ter ordenado mulheres e não fez. Apóstolos poderiam ter ordenado mulheres e não o fizeram. Acho que o argumento não se sustenta, porque Jesus não ordenou ninguém, nem homens e nem mulheres”, disse.
A comissão que vai discutir a questão será composta por 13 pessoas, entre padres, religiosos e acadêmicos.
Especialista em Direito Canônico, o padre Denilson Geraldo disse ao repórter Anderson Costa que o tema mostra a importância que o Papa quer dar ao diaconato: “nossa comunidade, os pobres nunca podem estar desprotegidos. A atenção que o Papa tem com os pobres advém daí. O ministério não para si, mas para o outro”.
Em maio, o Papa Francisco já tinha se pronunciado favorável ao aumento da participação feminina na Igreja Católica. No entanto, assim como os antecessores, ele reafirmou não acreditar que a mulher possa um dia cumprir o papel do padre.
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