Para dono da clínica, médico também é responsável por infecção de 22 pessoas

  • Por Jovem Pan
  • 02/04/2016 11h51
Brasilia 04/04/2014 O Governandor Agnelo Queiroz e a Primeira dama Ilza queiroz durante Cerimônia de inauguração da Carreta Oftalmológica Local: Ceilândia /ao lado da Upa Foto: Denio Simões/GDF Dênio Simões/ GDF Olho

 Dono da clínica que realizou mutirão e deixou 18 pessoas com a visão danificada declara que responsabilidade também é do cirurgião, e alega que materiais eram esterilizados. O diretor do Instituto de Oftalmologia de Santos, Elcio Kleimpaul, disse que o médico Paulo Barição era terceirizado e não pertencia à sua equipe.

A Clínica de Kleimpul ganhou a licitação da prefeitura de São Bernardo para realizar operações de catarata no hospital municipal. No dia 30/01, dos 27 pacientes que fizeram a cirurgia, 22 tiveram endoftalmite, inflamação provocada por uma bactéria e 18 ficaram cegos. Um deles, Pellegrino Riato, morreu três semanas após o ato cirúrgico.

Esta semana, a Secretaria da Saúde de SBC divulgou resultado da sindicância: houve falta generalizada de higiene. Médico e assistentes não lavaram as mãos entre um procedimento e outro. Aventais não foram trocados, assim como o instrumental usado. Isso significa que nada foi esterilizado segundo o documento.

Diante desse material, o dono do instituto de oftalmologia da baixada santista decidiu se pronunciar: “Lá dentro da sala o médico é soberano. Houve um fato, um processo infeccioso, tem que ser investigada a fonte da infecção. Agora, se houve facilitação ou não dessa fonte isso também deve ser perguntado ao profissional que estava lá. Nessa situação somos todos responsáveis, o cidadão também é responsável. Às vezes se você pergunta para o paciente se ele tem uma doença ou não, ele esconde para ser operado. Isso acontece na cirurgia plástica frequentemente. A moça quer fazer lipo e esconde do doutor que tomava anfetamina e morre com a anestesia. No caso precisamos fazer mais investigações, consultar especialistas, técnicos habilitados, não que os da prefeitura não estejam, mas até onde eles conseguiram investigar, não foi encontrado nada”.

No caso o profissional é o oftalmo Paulo Barição. Ele foi procurado pela Jovem Pan, mas a advogada não retornou às ligações. O Conselho Regional de Medicina abriu sindicância para apurar a conduta do médico responsável. O Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito civil e a polícia civil irá indiciar os envolvidos.

Reportagem: Renata Perobelli

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.