Para especialistas, saída do PMDB decreta insustentabilidade do governo Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 29/03/2016 12h54
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Brasília - O vice presidente Michel Temer concede entrevista coletiva após reunião com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato / Agência Brasil Michel Temer

 Cientistas políticos entendem que o desembarque do PMDB do governo decreta a insustentabilidade da presidente Dilma Rousseff no cargo. O vice-presidente Michel Temer já deixou claro, inclusive em conversa com o ex-presidente Lula, que o partido sairá nesta terça-feira (29/03) da base aliada.

Para contra-atacar, o Planalto aposta no leilão de cargos para atrair outras legendas à batalha contra o impeachment. No entanto, na visão do doutor em ciência política pela UnB, Leonardo Barreto, o rompimento do PMDB representa o fim do governo Dilma: “Se o PMDB sai é uma sinalização de que há uma disposição da casa para sair. Então a vida do governo vai entrar em um estágio terminal na próxima convenção que vai decidir a saída do partido”.

Especialistas também avaliam que o governo errou ao privilegiar o PMDB em meio a um Congresso Nacional tão fragmentado. O cientista político e professor do Insper, Humberto Dantas, aponta a Victor La Regina um erro do Planalto na hora de distribuir os cargos aos aliados: “Uma das principais reinvindicações dos partidos para além do PMDB na base, o PP, PSD, é não temos espaços proporcionais ao nosso tamanho. Foi a primeira grande falha do governo”. Dantas acredita que o governo não consegue oferecer condições suficientes para conseguir manter os partidos na base aliada.

O professor emérito de ciência política na UnB, David Fleischer, ressalta que as legendas não querem se associar à imagem do PT nas eleições municipais: “Já tem dois ou três nomes de prefeitos do PT que estão digladiando para enfrentar a reeleição, sabendo que ao tentar a reeleição pelo PT mancharia suas chances”.

Ainda indecisos em relação ao desembarque do governo, o PSD, de Gilberto Kassab, e o PP vão liberar as bancadas durante a votação do impeachment. Mesmo ocupando cargos na esplanada dos ministérios, os integrantes dos dois partidos, em sua maioria, apoiam a saída da presidente Dilma Rousseff.

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