Para reduzir o déficit fiscal, Argentina realiza reajustes em serviços
O governo argentino comemora acordo para pagar os fundos abutres, mas segue reajustando preços básicos para reduzir o déficit fiscal. Com o apoio da oposição de esquerda, os governistas tiveram uma importante vitória no senado aprovando a lei que abre caminho para o pagamento de US$ 4,5 bilhões aos fundos NML Capital e Aurelius.
A lei apoiada pelo presidente Maurício Macri também autoriza o endividamento do governo em US$ 12,5 bilhões. O economista argentino e professor de relações internacionais, Gustavo Segré, considera surpreendente o apoio que os kirchneristas deram ao projeto: “Foi entendido que era o melhor para o país, que era uma possiblidade da Argentina se inserir novamente no mercado internacional, conseguir o financiamento que possibilite que o país tenha crescimento sustentável. Priorizou o bom senso. A lei já está aprovada e agora depende estritamente do juiz nos EUA para tirar de vez a Argentina dessa moratória”.
Mas, enquanto isso, para tentar melhorar as contas públicas do país, o governo argentino segue reajustando preços, como o do transporte público. Nesta quinta-feira (31/03), o ministério dos transportes aumentou em 100% as tarifas do setor na capital Buenos Aires.
Gustavo Segré lembra que o serviço, como muitos outros na Argentina, era subsidiado pelo governo: “O valor dos transportes na Argentina era subsidiado pelo governo em todas as instâncias, e essa normalização de alguma forma busca ter uma transparência no uso dos recursos públicos, em que os subsídios devem ir caindo para que o governo não tenha gastos desnecessários em subsídios que não são produtivos, esse é o objetivo”.
Em janeiro, a retirada dos subsídios gerou um aumento de 500% na conta de luz. O governo argentino tem consciência de que essas medidas vão elevar ainda mais a inflação, mas está arriscando tudo para reduzir o déficit fiscal.
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