Participação das mulheres na renda familiar é maior no campo do que cidade

  • Por Mariana Grilli/Jovem Pan
  • 25/10/2016 19h54
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Fotos Públicas Dinheiro Bolso - Fotos Públicas

Em tempos de discussão sobre a representatividade da mulher na sociedade, na política, no ambiente de trabalho e no lar, uma pesquisa inédita chama a atenção para a presença da mulher no Agronegócio: 42,4% participam da renda familiar no campo ante a 40,7% que vivem na cidade. “Isso significa que a mulher está mais a frente, toma mais decisões, procura mais instrução, com cursos de capacitação, graduação e pós-graduação, e também pensa no legado que vai deixar para a família e para o meio social em que está inserida”, é o que aponta Adélia Franceschini, presidente da agência de pesquisa de mercado Fran6 e responsável pela primeira pesquisa do perfil da mulher do campo.

O 1º Perfil das Mulheres do Agronegócio destaca o emponderamento da mulher em âmbito financeiro, em que 88% das 301 entrevistadas são independentes financeiramente e atuam principalmente na agricultura, somando 42%. O segundo maior setor de atuação é o da pecuária com 25%, seguido pela agropecuária (20%) e agroindústria (13%). “Nós estamos em todos os setores e precisamos conversar mais entre nós, compartilharmos as dificuldades, as ideias e assim irmos construindo uma rede de comunicação, afinal, nós temos pulso firme e estamos espalhadas por todo o Brasil”, defende Marilene Iamauti, diretora de Assuntos Corporativos da DOW Agrosciences Brasil.

Para cada mulher dirigente de um estabelecimento agropecuário há nove homens na mesma função, o que significa que a distribuição dos comandatários por gênero é de 87,3% do sexo masculino versus 12,7% do feminino. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísica (IBGE-2006), 656 mil mulheres estão tomando conta das propriedades do campo. “Este número deve ser maior, pois muitas mulheres cumprem esse papel, mas não se enxergam nele e essa falta de percepção precisa acabar”, destaca Tereza Vendramini, presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA), grupo formado por 25 mulheres de diversos estados brasileira.

Nível educacional também foi requisito na pesquisa, que mostra que 25% das entrevistadas têm cursos de pós-graduação. Além disso, 60% das mulheres possuem superior completo, 28% ensino médio, 7% têm o fundamental concluído e apenas 5% não completaram o fundamental. A alta instrução reflete a preocupação com a gestão, o investimento a longo prazo no negócio e a vontade de se inserir em um mercado competitivo. “A mulher se preocupa, inclusive, em instruir os funcionários, mantê-los informados e fazer com que eles se sintam não apenas empregados, mas parte importante do negócio”, define Carmen Perez, proprietária de fazendas em Barra do Garças (MT) e membro da NFA.

Ainda seguindo a trilha da informação, a mulher do campo mostra-se atualizada também pelas redes sociais, em que 55% das 301 questionadas julgam que tais mídias são importantes para a atuação profissional. Dados da Secretaria de Comunicação, por meio da Pesquisa Brasileira de Mídias de 2015, apontam que as gestoras navegam mais que a população brasileira, que tem 48% de uso regular. Isso significa, segundo levantamento da agência Fran6, que 80% das mulheres entrevistadas têm redes sociais e que 69% delas têm o hábito do acesso diário.

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