Pela primeira vez, desemprego aumenta no fim de ano, é o que diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 25/11/2015 12h50
Camila Domingues/ Palácio Piratini Desemprego

 O Brasil tem 9 milhões de desempregados, e IBGE revela que a situação é mais grave no Sudeste. O desemprego atingiu 8,9% no terceiro trimestre, o nível mais alto desde o início da série histórica em 2012.

O responsável pela Pnad Contínua do IBGE chama atenção para o crescimento de 44% na desocupação na região mais rica do Brasil. Segundo Cimar Azeredo, as demissões aumentam nessa região antes de atingirem com mais força o restante do país: “A região sudeste tem o efeito de anunciar o que está por vir. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, regiões metropolitanas com atividade econômica bastante elevada acabam trazendo essa reposta do mercado de trabalho primeiro”.

Já o estudioso das questões relacionadas com o mercado de trabalho se espanta porque essa é uma época de contratações. Em entrevista a Denise Campos de Toledo, José Márcio Camargo acrescenta que nunca o desemprego aumentou nesse período: “É a primeira vez que isso acontece e é um problema extremamente complicado, porque nesse período já se produz para o final do ano e tem que contratar trabalhadores para essa época”.

O professor da USP adverte que a taxa de desemprego deve saltar para dois dígitos no começo de 2016. Hélio Zylberstajn explica por que o nível de desocupação tende a cair ou ficar estável no último trimestre do ano: “Isso ocorre porque as pessoas não procuram emprego no fim do ano, então elas vão pra casa. No começo do ano a coisa vai voltar a piorar”.

No Nordeste, o levantamento do IBGE já aponta desemprego de 10,8% com forte contribuição da pior seca dos últimos 50 anos. Na análise nacional, espanta o crescimento da desocupação na faixa etária entre 14 e 24 anos, que chegou a 19,7% no terceiro trimestre.

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