Perito do Cenipa: Investigação deve começar pelo planejamento da viagem

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2016 09h39
EFE RJ85 similar ao avião que transportava a Chapecoense - EFE

O comandante Jorge Barros, perito formado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), defendeu, em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, que a investigação sobre o acidente que matou ao menos 76 pessoas na Colômbia deve começar pelo planejamento da viagem. As últimas informações confirmam que são seis os sobreviventes na tragédia.

Muito se discute pelo veto por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) do pedido da Chapecoense para um voo fretado direto para Medellín, na Colômbia.

Barros destacou que o avião não era velho, “mas também não era novo”, mas que para um avião de carreira, a idade de funcionamento da aeronave era normal. Ele ressaltou que as investigações devem se debruçar nas condições da manutenção.

“A investigação tem que começar vendo como foi o planejamento da viagem. O avião estava em boas condições? Tinha combustível? Há informações de que essa aeronave não tinha autorização da Anac”, disse à Jovem Pan.

Segundo ele, os destroços do avião falam por si, mas a parte anterior ao voo é essencial para descobrir a causa do acidente. Ele não confirmou que uma falha no motor teria ocasionado o acidente.

“Problemas podem ser de variedade grande, não só motor. Defeitos mecânicos, elétricos, eletrônicos. Existem aviões de um motor só e aviões com quatro motores que são seguros. O foco da questão é mais amplo”, completou.

O perito reafirmou que a qualidade dos aviões está ligada ao projeto e a sua manutenção. “Aviões soberbos também se acidentaram por falta de manutenção. [A manutenção] Tem todo um cenário distante dos olhos do usuário. Cabe às autoridades aeronáuticas fiscalizar suas empresas”, explicou.

O acidente

O avião que transformava a equipe da Chapecoense, jornalistas e convidados sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (28), por volta da 01h15, quando se aproximava de Medellín, na Colômbia.

Segundo autoridades colombianas, ao menos 76 pessoas morreram no acidente. A confirmação oficial é de que apenas cinco pessoas foram resgatadas com vida, entre elas, três jogadores da equipe de Chapecó: Alan Ruschel, Jackson e o goleiro Danilo. A informação foi divulgada pelo comandante da Polícia Metropolitana de Medellín, general José Acevedo, e confirmada pela Aeronáutica da Colômbia.

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