Perto de terminar “maior mural do mundo”, Kobra pede diálogo com pichadores, grafiteiros e urbanistas em SP
Na margem da rodovia Castelo Branco, km 35, sentido capital, as cores que ganham forma na fachada da fábrica da Cacau Show, saltam aos olhos de quem passa por ali.
O muralista paulistano Eduardo Kobra, de 41 anos, e toda sua equipe trabalham das 7h às 19h para entregar o maior mural do mundo, de quase 6 mil metros quadrados. O artista resolveu homenagear um produtor de cacau da Amazônia que está transportando o alimento numa canoa.
Com mais de 30 obras espelhadas por São Paulo, Eduardo Kobra fala da dificuldade técnica de fazer algo dessa dimensão. “Hoje em dia a parte de estrutura para realizar esse trabalho acaba sendo até mais difícil que pintar. Pintar é a parte divertida, prazerosa”, brinca. “Eu criei uma forma e um desenho para que, mesmo que a pessoa passe aqui a 120 km/h ela consiga identificar qual foi o personagem”, revela Kobra.
Além da obra que está ficando pronta e que será o maior mural do mundo, Eduardo Kobra também comentou a polêmica sobre as pichações e os grafites que foram apagados pela Prefeitura. Para o muralista, isso faz parte do passado e que se os paulistanos não gostassem de arte nas ruas, essa polemica não seria levantada.
“Ao invés de a gente apagar, a gente tem que pôr um holofote em cada um desses trabalhos que estão na rua”, disse. “Desde sempre o diálogo é a melhor maneira para se resolver qualquer problema. Então seria bacana chamar arquitetos, urbanistas, paisagistas, pichadores, grafiteiros, muralistas, todos, e discutir o espaço urbano. Porque a arte de rua é algo que acontece em São Paulo há quatro décadas, faz parte do DNA da cidade”.
No dia 10 de março, o prefeito de São Paulo João Doria anunciou a criação do Museu de Arte de Rua, que é para promover o grafite em diferentes pontos da cidade.
Reportagem de Victor Moraes. Ouça AQUI.
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