Petrobras acionará Justiça para devolução de dinheiro desviado com corrupção

  • Por Jovem Pan
  • 08/02/2017 09h00
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A Petrobras vai acionar tribunais internacionais, para tentar recuperar dinheiro desviado pelo esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato.

A estatal sustenta que foi vítima dos crimes e pedirá às autoridades o ressarcimento pelos prejuízos sofridos nos últimos anos. A companhia alega que não pode ser responsabilizada pelos roubos, que teriam sido praticados por outras empresas, como construtoras e fornecedores.

O entendimento é de que as propinas foram pagas por terceiros e os contratos firmados com a estatal foram apenas usados para efetuar os crimes.

Cálculos preliminares indicam que a Petrobras deveria receber mais de R$ 5,7 bilhões, desviados por meio de irregularidades.

A professora da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, Erica Gorga, lembrou que o dinheiro precisa chegar aos investidores. “Isso é um passo importante, porém não significa que o dinheiro vai ser destinado ao ressarcimento dos investidores e dos acionistas na Petrobras”, disse.

Erica Gorga destacou ainda que as empresas que sediaram casos de corrupção não costumam ser consideradas como vítimas, perante tribunais internacionais.

O economista Roberto Troster enfatizou que a Petrobras também foi cúmplice dos crimes praticados. “A Petrobras foi vítima e cúmplice. As duas coisas no esquema de corrupção”, afirmou.

Ele ressaltou ainda que a recuperação do dinheiro pode demorar, mas acredita que a Petrobras conseguirá obter o ressarcimento.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, ressaltou que as devoluções vão auxiliar no trabalho de reconstrução da estatal. “Qualquer recurso, qualquer ação da Justiça que trate do ressarcimento é muito bem vinda”, disse.

Pires reforçou que a Petrobras deve adotar medidas anticorrupção, para evitar novos desvios.

As negociações sobre o ressarcimento à estatal deverão acontecer nos Estados Unidos, onde tramita o processo coletivo movido contra a companhia.

*Informações do repórter Vitor Brown

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