Petrobras é criticada por busca de redução do conteúdo local em investimentos
Petrobras cita Lava Jato para rebater críticas contra redução do conteúdo local nos investimentos de óleo e gás. Na renovação do Repetro, regime que desonera exportação e importação de bens usados na indústria petrolífera, após estudo a ser concluído em fevereiro, a utilização de produtos fabricados no Brasil nos projetos deverá ser inferior aos atuais 65%.
A estatal e o Instituto Brasileiro de Petróleo trabalham nos bastidores para eliminar qualquer regra que onere a importação da cadeia de óleo e gás, ou seja, o fim da política de conteúdo local.
Mas essa posição recebe fortes críticas da indústria brasileira, ainda mais num momento de crise econômica e quedas consecutivas na produção. O tema está na discussão para os novos leilões do pré-sal, previstos para junho.
Após críticas pela abertura de mercado as importações, a Petrobras divulgou uma nota à imprensa, com críticas. “Há argumentos simplistas sobre uma inexistente preferência por empresas estrangeiras versus empresas brasileiras, que nessa retomada não colaboram, além de serem desrespeitosos aos milhões de brasileiros que neste momento buscam trabalho apoio na mudança”.
“E que a Constituição não diferencia empresas de acordo com a origem de seu capital e criticar a Petrobras por convidar empresas estrangeiras para retomar as obras de escoamento de gás do pré-sal que serão feitas no Comperj, no Rio de Janeiro, é tão absurdo quanto dizer que todos nós dirigimos carros importados fabricados em São Bernardo do Campo, Betim ou Resende por empresas que estão estabelecidas no Brasil há décadas”, continua a nota.
A estatal também ressalta que atualmente, 20 das maiores empresas com atuação na área de engenharia e obras estão proibidas de contratar com a Petrobras por envolvimento em irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato.
E mesmo diante dessa limitação, a definição dos convidados para a licitação da central de processamento de gás envolveu mais de 50 empresas, e 23 foram desclassificadas por apresentarem um patrimônio líquido ou risco financeiro incompatível com o porte da obra.
*Informações do repórter Marcelo Mattos
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