PF constata “terceirização de crime organizado” na 32ª fase da Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2016 06h51
Marcelo Camargo/Agência Brasil Polícia Federal

A Polícia Federal constatou “terceirização do crime organizado” com um banco do Panamá que atuava ilegalmente no Brasil e era usado para lavar propina.

A 32ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Caça-Fantasmas”, mira o FPB Bank, que tinha apoio do escritório Mossack Fonseca. As duas instituições ofereciam serviços de envio de dinheiro ilegal ao exterior com a abertura de offshores.

Figuras conhecidas na Lava Jato como Renato Duque, Pedro Barusco, Roberto Trombeta e Mario Góes, ligados ao PT, tinham conta no banco.

Os alvos de condução coercitiva são representantes do FPB, como Edson Paulo Fanton, mas ninguém foi preso.

O delegado da Polícia Federal Rodrigo Sanfurgo destacou que o esquema era sofisticado e tinha o objetivo de esconder o dinheiro ilícito: “a instituição registrava as offshores, cuidava dessa parte gerencial. E, ao mesmo tempo, se a pessoa tem offshore lá fora quer cuidar do dinheiro, e eles faziam”.

O delegado lembrou ainda que o FPB Bank, do Panamá, não tem autorização para operar no Brasil e os valores ainda são contabilizados.

A procuradora Jerusa Burmann detalhou que ainda falta comprovar a relação do esquema com a propina na Petrobras: “a terceirização da lavagem de dinheiro, já era observada em outra fase. O que se tem agora de diferente é uma instituição financeira realizando essa lavagem de dinheiro para ocultar a titularidade desses valores”.

Burman espera ainda obter a relação dos clientes do banco que eram atendidos em casa pelos gerentes.

O delegado Igor Romário de Paula avaliou que o esquema é consequência do grande volume de dinheiro sujo no Brasil. “Uma estrutura que surge diante da fartura de dinheiro sujo que tem no País. Esse patrimônio precisa ser lavado e é nesse espaço que surgem situações como essa”, disse.

Igor Romário de Paula acrescentou ainda que ainda não é possível saber quantos clientes usaram o serviço do banco do Panamá. Essa fase da Lava Jato cumpriu mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão em São Paulo, Santos e São Bernardo do Campo.

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