Pingo Final: Apeoesp tem sindicalismo de paus e pedras

  • Por Jovem Pan
  • 04/06/2015 11h13
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Professores da rede estadual realizam assembleia no vão-livre do Masp Sigmapress/Folhapress Protesto professores São Paulo

Meu pingo final vai para a Apeoesp. O pau comeu lá na casa de Bebel.  A assembleia de grevistas, que deve ter reunido uns mil gatos pingados — há 230 mil professores na ativa — , terminou em porrada, pancadaria mesmo. Um dos participantes saiu com o nariz sangrando.

Qual é o busílis? Sem saída, com a greve virtualmente extinta, Bebel Noronha, a presidente da Apeopsep, tentou pôr fim oficial ao movimento depois de 83 dias. Acontece que essa petista de quatro costados pode ser considerada, vamos dizer, a ala moderada do grevismo: à esquerda dela, estão coisas como PCO, PSTU, PSOL e congêneres. E essa gente toda tem como ocupação votar a favor de… greve.

Ou por outra: quanto mais minoritário se torna o movimento, mais radical, porque aí sobram apenas os militantes de grupelhos de extrema esquerda, que estão empenhados em fazer a revolução, não em melhorar as condições de uma categoria.

A greve começou no absurdo e seguiu no absurdo. Os professores tiveram o reajuste anterior em julho do ano passado. Mesmo assim, os militantes sindicais, Bebel à frente, decretaram uma greve em março, em meio a uma marcha das esquerdas contra a terceirização e em defesa do governo Dilma… Pedem a bagatela de 75,33% de reajuste, o que é uma piada.

O governo decidiu não pagar os dias parados, o que foi referendado pela Justiça. Vejam a que desastres conduz uma liderança irresponsável, acuada por outras ainda mais irresponsáveis.

Bebel admite que a paralisação hoje atinge menos de 30% da categoria. O governo diz que não passa de 4%. E está falando a verdade.

A greve liderada por Bebel morreu. No fim, sobrou apenas pancadaria. Os que tomaram porrada dizem que foram vítimas de seguranças a mando da Apeoesp. A presidente do sindicato afirma que eram todos professores: quem bateu e quem apanhou.

Já houve um tempo em que a arma de um professor era uma caneta, e seu exército, os livros. Hoje, as facções de extrema esquerda lutam entre si com paus e pedras.

Eu bem que avisei, né, Bebel!?

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