Pingo Final: Barusco demonstrou tédio em Brasília ao falar da roubalheira

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2015 10h45

O ex-gerente de Serviços da Petrobras deu o primeiro depoimento da CPI da estatal nesta terça-feira (11)

EFE Pedro Barusco

Meu pingo final vai para o depoimento de Pedro Barusco na CPI da Petrobras, dado nesta terça-feira. Segundo o homem, que confessou até uma espécie de tédio por ser obrigado a esconder tanto dinheiro, a roubalheira “institucionalizada” na Petrobras começou mesmo no governo Lula e o PT era o destinatário de uma parte da propina que passava, digamos, por seu gerenciamento. Disse mais, dinheiro da roubalheira foi parar na campanha de Dilma Rousseff em 2010.

Como comentei no programa Os Pingos nos Is, com que fluidez, com que precisão burocrática, com que sem-cerimônia rotineira, quase cartorial, Barusco listava as falcatruas, enfileirava-as, mostrava como funcionava o esquema criminoso. A sem-vergonhice, ficou claro, já havia sido metabolizada pelo sistema, como se nada de mau ocorresse por lá; como se fosse natural que a Petrobras servisse a um esquema de poder e fizesse a felicidade material daqueles que estavam associados à quadrilha.

Nesta sexta, petistas, cutistas e outros esquerdistas pretendem sair às ruas, segundo eles, em defesa da Petrobras e contra o impeachment de Dilma. Pois é, defender a Petrobras da ação de quem? Foi o partido que entregou a estatal a uma quadrilha. Quanto ao apoio a Dilma, estamos diante de uma ocorrência rara: os companheiros pretendem reagir dois dias antes a indignação que tomará as ruas no domingo. É mais uma tentativa de intimidação, uma tentativa inútil.

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