Pleito de 2016 deve ser revelador para a esquerda brasileira

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2016 09h13
Elza Fiúza / ABr Urna Eletrônica

Há pelo menos 22 anos, o eleitor brasileiro está habituado com a polarização PT versus PSDB. Ainda que tenhamos o ingresso de novos atores nos pleitos como Ciro Gomes em 1998 ou Marina Silva em 2010 e 2014, são os trabalhadores e os tucanos que marcam a divisão entre o que convencionamos chamar de esquerda e direita.

Só que, assim como vem ocorrendo em outros países da América Latina, aqui no Brasil, o pleito de 2016 deve ser revelador para essa esquerda brasileira, encabeçada pelo PT.

É que o impeachment de Dilma Rousseff e as implicações da Operação Lava Jato ameaçam encolher o Partido dos Trabalhadores em um nível semelhante àquele que a legenda ocupava antes de 2003.

Como avaliou o cientista político da Tendências Consultoria Rafael Cortez: “quando eu digo voltar ao passado, o desafio do PT será menos ser competitivo nas eleições majoritárias e mais garantir que não tenha perdido seu espaço como principal partido político da esquerda brasileira”.

Uma comparação feita pelo cientista político e professor do Insper, Fernando Schuler, quando esteve no programa Morning Show ajuda a compreender melhor o que ocorre hoje com o PT: “o PT hoje é um partido que depende da popularidade do presidente Lula. A ideia de que Lula precisaria ir para o Ministério. É uma espécie de Lulo-dependência”.

Por outro lado, dentro da sigla há quem tente minimizar os impactos destes processos sobre a esquerda. É o caso do senador Paulo Paim. “Até pode acontecer, mas não vai ser aquilo que estavam alardeando. Em Porto Alegre, quem está em primeiro é a esquerda”, lembrou.

Mas, na prática, um claro sinal de encolhimento já aparece nos postulantes a prefeito nas eleições de outubro: o PT deve ter 992 candidatos, praticamente, metade do que lançou em 2012.

*Informações da repórter Helen Braun

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