PMDB é parte do governo, mas não é responsável por crise, defende Moreira Franco

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2015 09h26
Marcelo Camargo / Agência Brasil Moreira Franco

 O PMDB realizará na terça-feira (17/11) um congresso nacional do partido onde deve demonstrar insatisfação com o governo federal e com a aliança feita com o PT.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, o ex-ministro e presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco fala sobre as pautas que deverão ser tratadas. Ao ser perguntado sobre a ruptura com o PT, o ex-ministro responde: “A nossa preocupação não é de natureza política, não estamos interessados na disputa partidária. Querem fazer deste ano um ano eleitoral, não entre Dilma e Aécio, mas entre Dilma e Cunha, um querendo ‘impeachar’ o outro fazer, ou fazer acordo. Mas nossa preocupação é econômica”.

Sobre a crise pela qual passa o país, Moreira Franco afirma que muitas pessoas estão cortando o consumo e que a inflação já passou de dois dígitos em algumas capitais. Sobre a responsabilidade do PMDB por essa situação, diz: “O PMDB faz parte desse governo, mas não nos sentimos responsáveis porque não participamos das decisões econômicas e dos erros cometidos”.

Ao ser questionado sobre o envolvimento de membros do partido no petrolão, Franco afirma: “É claro que há indignação minha e geral com a corrupção que é uma das razões dessa crise. Em relação ao PMDB, não temos o comando do partido organizado para estimular a corrupção”. Durante as investigações do petrolão, o ministro Teori Zavascki pediu a abertura de inquéritos para diversos peemedebistas como Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Romero Jucá, Roseana Sarney, entre outros.

O político ainda cita Ulysses Guimarães, que dá nome à instituição que preside, para explicar qual seria a opinião do jurista sobre o panorama atual: “Em um de seus discursos, o doutor Ulysses disse um ponto que nem todos seguem, mas sonham: ‘O principal fundamento da República é não roubar, não deixar roubar e colocar na cadeia quem rouba’”. O ex-ministro acrescenta: “É fundamental para a nossa República, montar um sistema em que o cidadão possa participar, assim como é o Procon. Tem que haver um Procid do cidadão para que esse cenário não se repita”.

No congresso do PMDB, os membros pretendem formular um documento para determinar o caminho do partido. Franco diz: “Vamos apresentar um debate dos assuntos econômicos e retomar princípios como o combate à inflação, o equilíbrio fiscal e o superávit primário para ter uma dívida controlada. Esses princípios foram fundamentais. A manutenção deles permitiu colocar 44 milhões de brasileiros no consumo, mas o abandono dele fez a gente entrar na pior crise da nossa história”.

Confira a entrevista completa no Jornal da Manhã.

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