Polícia Federal e Interpol divulgam a relação dos dez mais procurados no Brasil
Em 2015, a Polícia Federal brasileira foi a que mais prendeu foragidos no mundo inteiro, com 56 detenções em todo o ano. Aquela história de que o Brasil é um destino seguro para criminosos internacionais está longe de ser verdadeira, segundo Valdecy Urquiza Junior, que é delegado da PF e chefe da Interpol no Brasil.
Urquiza ajudou a criar a relação dos dez criminosos mais procurados no país: “Aquela realidade que muitos criminosos julgavam que o Brasil é um local fácil para que eles possam permanecer, se refugiar, isso já não existe mais. Temos hoje um grupo de captura focada em foragidos internacionais, com um trabalho muito mais preciso e muito mais eficiente por parte da Polícia Federal e da Interpol aqui no Brasil”.
Há, na lista, suspeitos de cometerem crimes contra crianças, como Santo Martinello, Silvana Seidler e Oswaldo Paz de Almeida Junior. Há também o colombiano Marco Ortega e o chileno Willian Becerra, que participaram do sequestro do publicitário Washington Olivetto, em 2001, e fugiram da prisão anos depois. Por tráfico de drogas, são procurados Marcelo Gomes de Oliveira e Gilmar José Baseggio, que também é suspeito de assassinar um policial.
A lista não tem uma ordem e não traz necessariamente os transgressores de mais periculosidade do território nacional, como explica Urquiza: “Todos os casos foram analisados e foi utilizada uma matriz de risco que envolvia alguns critérios bem objetivos. Um desses critérios era o tempo de pena pelo crime praticado, a natureza do delito, se é hediondo, ou cruel”.
Outro criminoso que aparece na relação é o suíço Roger Ulrich, que espancou a esposa em 2004 deixando a mulher paraplégica. Já Vilma Cristina de Oliveira faz parte de uma organização que traficava meninas brasileiras para a Espanha para trabalharem como prostitutas.
O procurado que cometeu mais crimes é Carlos Eduardo do Amaral Pinheiro, irmão do prefeito cassado de Coari, Amazonas, Adail Pinheiro. Adail é acusado de chefiar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade. É também suspeito de crimes contra a fé pública, licitações públicas, crimes de responsabilidade, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo a investigação, ele fraudava licitações e desviava recursos que vinham do governo federal para a cidade de Coari.
Reportagem: Victor LaRegina
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