Polícia investiga suposto terrorismo em confronto durante manifestação em SP

  • Por Jovem Pan
  • 03/05/2017 11h42
SP - LEI DE MIGRAÇÃO/PROTESTO/SP - ESPORTES - Manifestantes protestam contra a nova Lei de Migração no Brasil, que aguarda sanção presidencial, na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta terça-feira, 02. 02/05/2017 - Foto: CRIS FAGA/FOX PRESS PHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO CRIS FAGA/FOX PRESS PHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO Manifestantes fazem ato contra lei de imigração na Avenida Paulista

Quatro pessoas foram presas em São Paulo na noite desta terça-feira (2) após confronto de grupos contrários durante manifestação na Avenida Paulista. Ao menos oito pessoas ficaram feridas.

A delegacia do 78º Distrito Policial, nos Jardins, investiga suposto ato terrorista de grupo contrário a manifestação contra a lei de imigração que acontecia no local.

Entre os presos está o palestino Hasan Zarif, integrante do movimento “Palestina para Tod@s” e proprietário do bar Al Janiah, administrado por refugiados. Está também detido um sírio que não fala português. Por isso, ele deve ser encaminhado à Polícia Federal. Os outros dois presos são brasileiros e serão levados ainda nesta quarta (3) para a audiência de custódia, onde um juiz determinará se eles permanecem ou não na cadeia. Os detidos fazem greve de fome.

Protesto do “Movimento Direita São Paulo” partiu da estação Brigadeiro do metrô, na Avenida Paulista, no sentido da Consolação, até o escritório da Presidência da República. O grupo se manifestava contra a lei de imigração, aprovada no Senado. O projeto aguarda sanção do presidente Michel Temer. O texto de autoria do ministro Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), quando exercia cargo de senador, visa a garantir a brasileiros e estrangeiros o acesso à saúde, educação, segurança, Previdência Social, ingresso no mercado de trabalho, registro de documentos e empregos públicos.

Houve, então, um encontro entre o Direita São Paulo e o grupo “Antifa – movimento antifascista” e a confusão se instaurou. Segundo testemunhas, havia cerca de 80 militantes de direita contra 20 “antifascistas”.

Os advogados da parte estrangeira dos detidos que é estrangeira relatam dificuldades de comunicação com seus clientes e de acesso aos presos, mas alegam que eles foram vítimas de xenofobia do movimento de direita. Membro da comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado Danilo Andrade explica que os crimes de que os presos estão sendo acusados são “incolumidade pública, lesão corporal contra a pessoa, associação criminosa contra a paz pública, a administração pública e resistência à administração pública”.

No crime de lesão corporal, “há o entendimento para formação terrorista, que o delegado vai apurar melhor no inquérito”, relata Andrade.

A lei antiterrorismo foi sancionada com vetos pela ex-presidente Dilma Rousseff em março do ano passado. Ela classifica como terror atos como usar explosivos “com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”.

Everton Sodario, do Direita SP, acusa membros do grupo adversário de arremessarem “bombas” “sem dó nem piedade” contra os manifestantes contrários. “Já passaram a agredir com socos, chutes e pontapés e as mais diversas formas o movimento”. Vídeo divulgado pelo grupo no Facebook mostra o momento em que um homem de camisa branca aciona um explosivo, que teria atingido a perna de um dos manifestantes.

O grupo Antifa acusa o Direita SP de gritos xenófobos.

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