“A política monetária hoje é totalmente inócua e ineficiente”, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2016 11h20
Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/ USP Imagens dinheiro

 O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou que vai utilizar os instrumentos que dispõe para que a inflação caminhe para o centro da meta. Com isso, é esperado na próxima semana o aumento dos juros, mas para o professor da PUC-Rio, Luiz Roberto Cunha, essa medida seria uma tentativa do Banco Central para recuperar a credibilidade: “O Banco Central está fazendo isso para tentar recuperar alguma credibilidade. (…) A política monetária hoje é totalmente inócua e ineficiente, e pode piorar a condição fiscal pelo volume da dívida e custo que tem pelo aumento da Selic”.

O especialista acredita que a inflação em 2016 deva ficar entre 7% e 8%, dependendo de qual será o reajuste na energia elétrica, e diz ser inevitável a criação de um novo imposto: “O Levy não teve condições políticas, já que o Congresso não aprovou a CPMF. Mas qualquer governo no Brasil vai ter que criar alguma coisa a mais de impostos, para fazer reformas estruturais e na previdência, mas todos tem medo por ser ano eleitoral”.

Luiz Roberto Cunha afirma que, se a CPMF fosse aprovada pelo Levy, seus recursos seriam utilizados para gerar superávit primário e melhorar o resultado fiscal, mas hoje com a crise, a utilidade será outra: “Acho que se for aprovado agora vai ser misto. Uma parte para o superávit e outra para desatar o nó que se tem. Vários estados não estão pagando folha de pagamento, não conseguem honrar um compromisso básico. Não é um aumento de 1%, 0,5% ou 0,25% (na taxa de juros) que vai resolver”.

Se a CPMF for aprovada, o professor afirma que a imagem do país para investidores de outros países pode melhorar: “A avaliação externa do país é muito negativa em função da crise política. (…) Se aprovarem a CPMF vai ter uma melhora nas expectativas”.

Confira a entrevista completa no Jornal da Manhã.

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