Políticos acusados de corrupção vão tentar a justiça para ficar no cargo, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 23/12/2015 09h01
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BRASÍLIA, DF, 08.12.2015: CÂMARA-IMPEACHMENT - O deputado Paulinho Pereira bate-boca com o deputado Paulo Pimenta e a deputada Maria do Rosário durante sessão da Câmara dos Deputados para votar os parlamentares que serão membros da comissão que avalia o Impeachment da presidente Dilma Rousseff. (Foto: Alan Marques/Folhapress) Folhapress Plenário da Câmara durante votação para comissão especial do impeachment

 Início de 2016 deverá ser marcado por novos recursos de políticos no STF sobre o impeachment, mas dificilmente a justiça vai interromper o processo. A oposição pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal com o objetivo de esclarecer as regras aprovadas pelos ministros da Corte. O ato faz parte da estratégia para retardar os trabalhos da comissão especial de deputados que discutirá o afastamento de Dilma Rousseff.

Em entrevista a Thiago Uberreich, o professor de direito constitucional da FGV, Oscar Vilhena, explica que o STF já ditou o rito do impeachment: “Dificilmente o supremo acolherá pedidos vindos dos partidos políticos que criem qualquer obstáculo ao funcionamento do processo daqui para frente. A Câmara vai ter que processá-lo, vai ter que alcançar ou não os 2/3 necessários para autorizar o prosseguimento do impeachment e, se não autorizar, morreu o processo”. Oscar Vilhena lembra que o processo só vai ao Senado se a Câmara autorizar o impeachment por 2/3 dos votos.

O doutor em ciência política pela UnB, Leonardo Barreto, ressalta que os governistas farão de tudo para interromper a tramitação: “O que eles puderem fazer para acionar o judiciário e atrasar o processo, eles vão fazer. O STF, ao levar a decisão para o pleno para definir o rito, mostrou também um limite claro para a sua ação”. Leonardo Barreto acrescenta que políticos acusados de corrupção vão tentar a justiça para se manter no cargo. O grande exemplo é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

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