Políticos estão desconectados da vida real, critica Hartung sobre renegociação

  • Por Jovem Pan
  • 21/12/2016 09h40
Reinaldo Carvalho / ALES Paulo Hartung

Contrário ao projeto aprovado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (20), e que prevê a renegociação da dívida dos Estados sem as contrapartidas, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, criticou a decisão tomada pela maioria da Casa.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Hartung disse que a impressão que fica é que “o mundo dos políticos está desconectado da vida e da realidade”.  

Para Hartung, sem o estabelecimento de contrapartidas claras a situação fiscal do País irá se agravar. “O caminho não é um que encare nosso problema de frente. Tem problemas que deveriam ter sido resolvidos há 15 anos. Não temos mais espaço para perder tempo e precisa a ficha das lideranças cair. Precisamos reformar o País”, afirmou.

O governador não considera justa a intervenção da União com os Estados que realizaram o ajuste fiscal e estão com as contas em dia, como é o caso do Espírito Santo.

“País está em crise, que vem se agravando desde 2011. Diante desse quadro que nasce a desorganização fiscal. O componente principal da crise é a desorganização fiscal. Em uma hora dessas, a Câmara tomar uma decisão absurda, mostra que o mundo dos políticos está de costas e desconectado com a vida real. É o avesso do avesso do avesso. É uma decisão sem pé nem cabeça. É uma decisão muito ruim para fechar um ano tão ruim como esse”, criticou.

Anteriormente, também no Jornal da Manhã, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, defendeu a decisão tomada pela Câmara. Paulo Hartung evitou criticar o colega fluminense, mas reiterou ser contra aqueles que levantam a bandeira da renegociação. “Isso não resolve os problemas dos Estados e nem das grandes prefeituras. O problema é a folha de pagamento de ativos e inativos”, atribuiu.

“Não adianta colocar conta pesada para o Tesouro Nacional e empurrar os problemas das dívidas para o Tesouro. Quando faz isso, empurra o problema para o povo. Isso não resolve o problema. Estamos tentando empurrar com a barriga quando não temos mais espaço. Como queremos virar o jogo assim? Não vira”, disse.

Confira a entrevista completa:

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