Por falta de apoio financeiro e preconceito, são poucas as mulheres na política

  • Por Jovem Pan
  • 18/07/2016 12h26
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Presidente Dilma Rousseff durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, em Brasília. 18/04/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino REUTERS/Ueslei Marcelino - 18/04/2016 Presidente Dilma Rousseff - reuters

Desde 2009, uma norma obriga os partidos a destinarem, no mínimo, 30% das candidaturas às mulheres. Só que nas últimas eleições, dos 27 senadores eleitos, apenas 5 são mulheres.

No Executivo, o País reelegeu uma presidente e apenas uma mulher governadora. Em tese, a norma foi cumprida: dos 31% do total de candidaturas para senadores e deputados foram feitas por mulheres.

Só que apenas 11% dos eleitos para o Legislativo em 2014 eram do sexo feminino. Então, o que explica a baixa presença delas na política?

O procurador regional eleitoral Luiz Carlos dos Santos Gonçalves aposta em alguns fatores. “Nem sempre se dá às candidatas condições para que façam campanha competitiva e muitas vezes são lançadas apenas para fazer número”, diz.

A falta de investimentos nas campanhas femininas é comprovada em levantamento feito pela ONU MUlheres: em 2014, o valor médio das doações de campanha recebidas pelos homens foi cerca de 3 vezes maior do que o recebido pelas mulheres

No último pleito praticamente todos os partidos apenas cumpriram o obrigatório pela lei, tendo cerca 30% dos candidatos do sexo feminino, o que pode inclusive incluir o uso de candidatas laranjas.

“Aquela que tem que prestar, tem que vir tudo zerado. É o tipo de expediente opara burlar a cota de gênero. Entendemos a candidatura falsa como falsidade”, explica.

O desconhecimento também é um aspecto que dificulta a maior inclusão feminina na política.

Como ressalta a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/SP, Katia Boulos. “É uma questão de discriminação, desconhecimento. Quando tem, essa reserva de fundo não é destinada às mulheres, como também não é o tempo de propaganda partidária gratuita a que elas teriam direito”, alega.

Exigência de que parte dos recursos partidários sejam aplicados em campanhas das mulheres, determinar a efetiva participação feminina nos diretórios partidários, ou até determinar uma cota para a ocupação efetiva de cargos assentos piolíticos ocupados por mulheres são algumas das alternativas que estão sendo debatidas esta semana em São Paulo para tentar reverter este quadro.

Afinal, apesar da baixa representatividade nos postos politicos, as mulheres representam quase 52% dos eleitores brasileiros.

*Informações da repórter Helen Braun

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