Possível classificação do vírus zika como emergência pela OMS pode ajudar o Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 01/02/2016 07h33
Carolina Ercolin / Jovem Pan Artur Timermam

 Em entrevista ao Jornal da Manhã, o infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, Artur Timermam, comenta a importância do debate sobre o aborto e a possível classificação do vírus zika no mesmo patamar do ebola pela OMS.

O especialista relata ter atendido seis gestantes que apresentavam sintomas de febre, mal-estar e dores no corpo. Das seis, quatro estavam com dengue e duas tinham sido infectadas com o zika vírus: “Elas se preocupam se existe o risco de transmitir o vírus e desenvolver uma má-formação, como a microcefalia, e a resposta é sim”.

Por medo das consequências que o vírus pode causar, algumas gestantes optam por abortos clandestinos, uma vez que o procedimento só pode ser realizado em casos de estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia. Timermam defende o direito da mãe escolher se deseja a continuidade da gestação e acredita ser importante o debate sobre o aborto: “Tivemos a oportunidade de ter uma discussão premente. Como cidadão e médico, sou favorável que a mãe decida o que fazer com o corpo dela. Temos que orientar para elas tomarem a decisão se querem ou não ter o filho”.

Em Genebra, a Organização Mundial de Saúde reúne o seu comitê de emergência nesta segunda-feira (01/02) para discutir a propagação do vírus zika. O encontro poderá classificar a situação como emergencial, de forma semelhante ao que ocorre com o Ebola. Timerman acredita que essa classificação deve ser favorável para lidar com a questão: “Uma mobilização mundial pode nos ajudar, ajudar nossos cientistas, no desenvolvimento da ciência básica e na procura de uma vacina, que em minha opinião é o método mais eficaz de controlar essa emergência de saúde pública que vivemos”.

Reportagem: Carolina Ercolin

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