Possível protecionismo de Trump não deve afetar Brasil, diz embaixador nos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2017 08h32
Roque Sá/Agência Senado Sérgio Amaral

Em entrevista ao repórter Jovem Pan Victor LaRegina, o embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral, prevê como positiva a relação comercial entre Brasil e EUA com a ascensão de Donald Trump à presidência estadunidense. Ouça a entrevista completa AQUI.

Amaral reconhece que a troca entre Obama e Trump gera “mudanças grandes” nas relações internas e externas dos EUA. “Vai se ter nova postura em matérias de acordo, comercio, alianças políticas”, diz. Amaral entende, no entanto, que “outros países” serão mais afetados que o Brasil.

“No caso do Brasil acho que é interessante, porque não somos parte dos problemas apontados durante a campanha (de Trump). Importamos mais que exportamos dos EUA. Não somos, na área de investimebnto, país que atraia investimento dos EUA em detrimento dos empregos. Não somos fonte de atentado terrorista ou crime organizado e temos grandes oportunidades como na área de comércio”, projeta.

Amaral crê até em uma ampliação das trocas entre os dois países no novo contexto geopolítico. “Temos condições de ampliar o comércio. Temos investimentos importantes nos EUA que criam empregos e isso será recebido pela nova administração. Temos conjuntos de projetos e diálogos nos mais diferentes campos da economia”.

O embaixador brasileiro também avalia que a nova postura protecionista dos EUA, vociferada durante a campanha do novo presidente republicano, não traz prejuízos significativos para o Brasil. “Como não geramos déficit para eles, não há razão para que Brasil se transforme em alvo de políticas protecionistas”, disse. Para Amaral ainda é “muito cedo” prever um primeiro contato oficial entre os dois governos, brasileiro e norte-americano.

Carta

Sérgio Amaral também comentou a carta que 12 deputados estadunidenses o enviaram criticando a Operação Lava Jato e uma suposta “perseguição” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não só recebi, como respondemos no mesmo dia dando série de escalrecimentos”, diz Amaral.

O embaixador depreciou o conteúdo da missiva e fortaleceu a institucionalida brasileira na Operação. “A carta questiona a Lava Jato, que é quase patrimônio da sociedade brasileira. Ela questiona a política de departures. Ela questiona alguns aspectos do processo e o impeachment, que estão cobertos pela sentença do STF e os devidos esclareciemntos foram oprestados”, afirmou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.