‘Não tenho guerra contra outros métodos’, diz Damares sobre abstinência sexual
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, esclareceu no programa Pra Cima Deles nesta sexta-feira (17) que “não tem nenhuma guerra contra outros métodos anticoncepcionais” e que “só quer retardar o início da vida sexual no Brasil” ao propagar a abstinência.
“Só quero ter uma conversa com os adolescentes. Se eles falarem comigo e mesmo assim quiserem continuar fazendo sexo, vai ser algo entre eles e os pais”, afirmou. “Eu não vou violar o corpo de nenhuma criança, só vou dizer ‘espera um pouquinho'”, completou.
Para ela, o início precoce das relações sexuais pode causar, além de gravidez na infância e adolescência e DSTs, depressão, automutilação e problemas de autoestima.
A ministra citou uma pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que indicou que a idade média para o início das relações sexuais dos meninos no Brasil é de 13 anos, enquanto das meninas é 13,4. No entanto, o Código Penal do País diz que a idade de consentimento é de 14 anos. “Daqui a pouco vamos legalizar a pedofilia no Brasil”, criticou.
Segundo Damares, muitas vezes as crianças são induzidas a fazer sexo pela pressão social. “Vamos falar que não fazer também é legal. Queremos falar sobre afetividade, e não ficar só por ficar. Cadê o amor? Cadê a alma gêmea?”, finalizou.
Polêmica com Roberto Alvim
Sobre a polêmica envolvendo o secretário nacional da Cultura, Roberto Alvim, — exonerado nesta tarde após gravar um vídeo copiando trecho de um discurso de Joseph Goebbels, principal ministro e ideólogo do nazismo –, Damares concordou com a atitude do presidente Jair Bolsonaro de tirá-lo do governo.
A ministra disse, no entanto, que se surpreendeu com o acontecimento. “Estive com o Alvim quatro ou cinco vezes e confesso que gostei dele”, afirmou. Ela contou que, apesar de ter recebido informações de que Alvim “não conhecia o texto e que alguém escreveu para ele”, a posição de Bolsonaro foi acertada.
“Somos contra toda e qualquer apologia ao nazismo e a qualquer regime ditador no mundo”, justificou.
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