Salles: ‘Bolsonaro tem a obrigação de fazer o que tem feito’
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, elogiou a atuação de Jair Bolsonaro frente a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Em entrevista exclusiva ao Pra Cima Deles, do Grupo Jovem Pan, Salles minimizou as discordâncias públicas entre o presidente da República e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e disse que Bolsonaro “tem a obrigação de fazer o que tem feito”.
“Eu acho que (Bolsonaro e Mandetta) têm papéis diferentes, embora complementares”, analisou Salles. “O Mandetta é um grande ministro da Saúde, faz um bom trabalho desde o início e tem, como médico que é, uma visão estritamente relacionada à questão da saúde, porque essa é a sua missão. O presidente, por outro lado, tem feito tudo o que é necessário para ajudar estados e municípios. Ele encaminhou um volume inédito de recursos, tem dado todo o apoio necessário para que o Mandetta faça um bom trabalho, não poupa esforços nesse sentido…”, acrescentou.
“Agora, o papel do presidente da República transcende a questão da saúde propriamente dita. Ele também vai para as consequências econômicas de um planejamento adequado ao combate ao coronavírus. O presidente, como é o presidente de todos os brasileiros, de todos os ministérios, tem a obrigação de fazer o que tem feito, que é ponderar sobre os diversos aspectos das medidas importantes que têm sido tomadas, tanto pelo Mandetta, mas também pelo Paulo Guedes na Economia, pela Infraestrutura, pela Agricultura…”.
De acordo com Ricardo Salles, “ninguém está imune a erros”, mas Bolsonaro “tem uma qualidade que o brasileiro buscou nas eleições de 2018, que é dizer a verdade”. “Os brasileiros estavam cansados do político vaselina, que fica em cima do mundo, que vai se compor com quem não deveria, que faz média, demagogia… O presidente Bolsonaro foi aquele que rompeu com esse paradigma. As pessoas muitas vezes ficam chocadas porque ele diz o que pensa, mas é melhor alguém que diz o que pensa do que alguém que dissimula as suas posições, que esconde quais são as suas verdadeiras intenções, que fala palavras bonitas para o publico e, no bastidor, se articula com o que há de mais asqueroso na vida pública. O presidente tem dado um exemplo disso”, afirmou.
O ministro do Meio Ambiente destacou, no entanto, que assumir o País no contexto em que Bolsonaro assumiu não era uma tarefa fácil. “É uma luta diária”, definiu. “Há muitos problemas em um País que ficou 20 anos entregue a uma ideologia contrária à lógica. Nós recebemos um País em frangalhos. Muitas vezes, temos nos deparado com situações que fogem ao nosso controle. Seria muito importante nesse momento deixar de lado certas questões que não são o cerne do problema e verificar que o presidente tem dado todo o apoio à sua equipe de ministros, dentre eles o Mandetta, que tem recebido carta branca para fazer tudo aquilo que é necessário… O presidente inclusive está ajudando com vultosas quantias os estados e municípios sem fazer qualquer distinção entre governadores e prefeitos aliados ou de oposição”, justificou.
‘Eleições deveriam ser adiadas’
Ainda durante a entrevista exclusiva ao Grupo Jovem Pan, Ricardo Salles disse que não será candidato à Prefeitura de São Paulo “de forma nenhuma” e defendeu o adiamento das eleições municipais de 2020. Segundo o ministro, o pleito deveria ser realizado em conjunto com as eleições presidenciais e estaduais de 2022 porque “ninguém está com cabeça para pensar em troca de prefeito”.
“Ninguém pode sair de casa. Não tem condições de organizar uma campanha político de maneira adequada”, afirmou. “O fundo partidário é recurso necessário para cuidar da saúde. Ninguém está com cabeça para pensar em troca de prefeito. Mas essa é uma decisão que compete a quem maneja os rumos do País, ou seja, o Congresso Nacional, o poder Executivo e a Justiça Eleitoral”, finalizou.
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