Weintraub sobre plantio de drogas em universidades: ‘Defendi os valores que acredito’

  • Por Jovem Pan
  • 06/12/2019 17h07 - Atualizado em 06/12/2019 17h55
Jovem Pan Ministro usou como exemplo uma situação que ocorreu na Universidade de Brasília (UnB) em 2017

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta sexta-feira (6), em entrevista ao programa Pra Cima Deles, que quer “única e exclusivamente defender os valores que acredita” e assegurou que há provas, tanto na internet quanto em reportagens na imprensa, de que existem plantações e consumo de drogas nas universidades. Ele respondia ao pedido feito pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) para que justamente esclarecesse suas declarações.

O ministro usou como exemplo uma situação que ocorreu na Universidade de Brasília (UnB). “O caso mais famoso é uma plantação grande de maconha que tinha na UnB”, disse.

Em 2017, a Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu uma plantação de maconha em um terreno da universidade. De acordo com a corporação, ela era cultivada por dois estudantes de Engenharia e outro jovem já formado em Administração — todos maiores de 18 anos.

“Hoje em dia, graças à autonomia universitária — que virou soberania universitária — existe, sim, um consumo de drogas de uma forma mais aberta nas universidades”, afirmou Weintraub. “Não é plantação de maconha para estudo, é para consumo de pessoas, droga ilícita”, completou.

O ministro defendeu, também, o patrulhamento da Polícia Militar nas instituições de ensino e voltou a falar que existe “doutrinação” nas universidades.

Pedido da Andifes

Nesta quinta-feira (5), a Andifes entrou na Justiça com um pedido para que Weintraub apresente provas “efetivas” de insinuações sobre a “existência de diversos atos irregulares e práticas criminosas” nas instituições federais de ensino, caso mantenha as declarações.

O que motivou a ação foi uma entrevista do ministro em que ele disse que “tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico”.

Após a forte repercussão, Weintraub dobrou a aposta sobre as declarações em posts no Twitter, também questionados na ação da Andifes. Nas redes sociais, o ministro usou como exemplos investigações contra estudantes da UnB e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Ambos os casos postados pelo senhor ministro já foram apurados pelas autoridades policiais, devidamente debelados por suas reitorias e não servem de exemplo negativo para as instituições, conforme até indicado pela imprensa”, respondeu a Andifes.

PISA

Weintraub falou também sobre os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), divulgados nesta terça-feira (3) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil ficou com uma colocação ruim: nível 2 em leitura e nível 1 em matemática e em ciências – em uma escala que vai até 6. Pelos critérios da OCDE, o nível 2 é considerado o mínimo adequado.

O ministro esclareceu que o exame foi feito em abril de 2018, “último ano do governo do PT e PMDB” e se comprometeu a melhorar os índices para o próximo, que vai ocorrer em 2022. “Com as ações que estamos fazendo no MEC, tenho a responsabilidade de no próximo subir os resultados”, declarou.

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