Prazos não podem ser prejudiciais ao consumidor em casos de recall
Segundo um levantamento do Procon, o número de recalls de veículos registrou alta de 85% entre os anos de 2014 e 2015. No ano passado, mais de 2,8 milhões de unidades foram convocadas pelas montadoras. Em 2014, foram 1,5 milhão. Entre as principais causas para o conserto está o sistema de airbag, devido à falha detectada em um fabricante mundial do dispositivo.
O consultor automotivo, José Edson Parro, aponta ao repórter Anderson Costa os fatores que levaram ao crescimento do número de recalls: “É uma série de fatores, a qualidade, o volume de produção e também o enxugamento muito grande que se fez na produção. Hoje em dia as montadoras trabalham com o mínimo de pessoas, mas é um sistema que precisa ter um pouco mais de cuidado, mais controle da situação”. José Edson Parro entende que é preocupante o fato de haver recalls de veículos de luxo por se tratar de produção em menor escala, que presumiria mais qualidade.
A supervisora institucional da Proteste, Sônia Amaro, diz que as montadoras desrespeitam o consumidor quando estipulam um prazo para o conserto: “Determinado fabricante faz um recall de um carro e estabelece que aquele recall vai ter um prazo, ou seja, o consumidor só vai poder procurar a empresa até um determinado mês daquele ano e isso não pode acontecer”. Sônia Amaro ressalta que a falta de peças disponíveis no momento do conserto também dificulta a vida do proprietário do veículo.
Segundo o Procon, as marcas que mais anunciaram recall em 2015 foram a Land Rover e a Mercedes-Benz, com nove convocações cada.
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