Prefeitura e governo de SP apresentam, até final de março, programa “Redenção”
A prefeitura da capital e o governo do Estado prometem apresentar até o fim de março qual é a diferença que o programa Redenção pretende fazer na vida das Cracolândias da cidade de São Paulo.
Sim, Cracolândias. Porque o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, disse que são oito pontos na cidade que a administração detectou como problemáticos.
A iniciativa de mudança dessas áreas degradadas deve passar por cinco eixos: policial, social, medicinal, urbanístico e de zeladoria.
O prefeito de São Paulo, João Doria, definiu o programa municipal anterior, o “De Braços Abertos”, como um fracasso, mas admitiu que irá pegar alguns aspectos dele e incorporá-los ao “Redenção”. “O programa Braços Abertos foi um programa fracassado, mas alguns aspectos estão sendo levados em conta por força da conduta da secretaria municipal de Saúde, e o que tiver de positivo será incorporado”, disse o tucano.
O encontro desta terça-feira (10) foi o segundo entre prefeitura e governo do Estado para discutir as metas do programa. Os participantes não anunciaram nenhuma grande mudança de postura por enquanto, está tudo na fase do planejamento.
O secretário estadual de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, disse que a grande diferença desta para tentativas anteriores é a participação direta da prefeitura.
“Não se gastou pouco nesta região nos últimos anos e não faltaram tentativas de ações conjuntas entre Estado e Prefeitura, mas dessa vez, dado o envolvimento direto do prefeito e sua equipe, estamos convictos de que obteremos sucesso na nossa jornada”, afirmou.
Já a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Soninha Francine, lembrou que as pessoas que trabalham diretamente com os dependentes não podem estar sozinhos na ação. Ela afirmou que vai ser necessário aumentar o número de abordagens, o horário delas e também as possibilidades de acolhimento.
“Muitas vezes a equipe de abordagem recebe do usuário a demanda por um acolhimento, e a gente não tem as vagas necessárias para prontamente acolher essas pessoas”, explicou.
Depois de terminar a agenda, João Doria resolveu voltar da Secretaria da Segurança para a prefeitura a pé. Nos 250 metros que caminhou, ele cumprimentou algumas pessoas que estavam perto de um posto de atendimento da Secretaria Municipal de Direitos Humanos.
Uma delas era a dona de casa Severina Alves de Carvalho. Moradora da alameda Barão de Piracicaba, próxima ao chamado “fluxo” da Cracolândia, dona Severina definiu de maneira bem dura a situação da área: “é um inferno”.
O secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, disse que a Polícia Federal também fará ações de inteligência dentro da iniciativa.
O plano prevê a participação de entidades da sociedade civil organizada como a Ordem dos Advogados do Brasil que mandou o presidente da seção São Paulo, Marcos da Costa à reunião.
*Informações do repórter Tiago Muniz
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