Premiê da Escócia assina pedido formal para nova consulta separatista

  • Por Jovem Pan
  • 31/03/2017 09h43
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EFE Nicola Sturgeon
Foi uma semana histórica, pesada para a Europa e, principalmente, para o Reino Unido. A única situação clara e definida até agora é que nada mais será como antes por causa do Brexit. 
Até mesmo um assunto que parecia resolvido por causa de outro referendo voltou à tona com força por causa do divórcio europeu, que é a separação da Escócia. 
A primeira-ministra de Edimburgo, Nicola Sturgeon, assinou nesta quinta-feira (30) o pedido formal para uma nova consulta separatista dentro do período de 18 a 24 meses a contar de hoje. 
Essa solicitação foi feira para o parlamento em Westminster, que tem os poderes constitucionais da Grã Bretanha. Na prática, sozinha a Escócia não pode realizar seu referendo sem a anuência de Londres, pelo menos não legalmente. 
A alegação da primeira-ministra escocesa é que o país dela votou para ficar no Reino Unido em 2014 considerando que também permaneceria na União Europeia. A situação mudou, por isso, vale fazer uma nova consulta. 
Mas lidar com dois divórcios ao mesmo tempo é algo que a Inglaterra não parece disposta a fazer neste momento. E dificilmente o pedido escocês será atendido em Westminster. 
Caso isso realmente ocorra, o parlamento de Edimburgo promete analisar já nas próximas semanas quais caminhos serão tomados. 
O problema é que uma ruptura baseada em atritos legais com a Inglaterra dificilmente vai ajudar a imagem da Escócia na União Europeia. 
O argumento da primeira-ministra Nicola Sturgeon para buscar um novo referendo separatista menos de cinco anos depois é justamente a permanência no bloco europeu. 
A Escócia votou em massa contra o Brexit. Por lá o resultado foi 62% pela permanência contra 38% pela saída. 
Acontece que um estado escocês independente não estaria filiado de forma automática à União Europeia. E para conseguir entrar no bloco, seria necessário o apoio de países que lidam, e abominam, suas próprias causas separatistas, como Espanha e Bélgica. 
Agora vem a parte mais contraditória dessa história toda: apesar de toda a espuma separatista que a Escócia está criando nas últimas semanas, as pesquisas feitas por lá indicam que a maioria dos eleitores do país ainda votaria pela permanência no Reino Unido.
Dessa forma, o que justifica a movimentação de Nicola Sturgeon? Nada mais que uma agenda política própria, claramente definida no nome do partido dela, o Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês).
Confira as informações do correspondente da Jovem Pan na Europa, Ulisses Neto:
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