Presença do governo federal em Mariana é insuficiente, segundo prefeito
Autoridades criticam omissão do governo federal pela falta de apoio às vítimas do rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais. O Ministério Público do Estado acompanha os 500 moradores de seis distritos que serão transferidos de hotéis para casas alugadas pela Samarco.
O órgão pretende ouvir o presidente da mineradora nos próximos dias e vai cobrar a definição de um plano de reassentamento dos moradores. Os habitantes de Mariana e o MP se reuniram em um campo de futebol da cidade, no sábado, e elegeram uma comissão para representar as vítimas.
O grupo quer que a transferência para as casas alugadas pela Samarco seja mais rápida, para ninguém ter que passar o Natal em hotéis. O promotor de Direitos Humanos, Guilherme Meneghin, diz que até agora não foi procurado por nenhum representante do Palácio do Planalto: “O governo federal até hoje não me procurou, eu que sou promotor de direitos humanos aqui da cidade, que estou o tempo todo aqui com essas pessoas. Fui eu que dei a primeira recomendação a Samarco para colocar as pessoas em casas, foi a gente aqui de Mariana que pediu essa remuneração mensal, que entrou com a ação que bloqueou R$ 300 milhões e nunca nenhum servidor federal sequer passou aqui na porta, sequer entrou em contato com a comissão de representantes dos atingidos”. O promotor Guilherme Meneghin diz concordar com a ONU, que considera insuficiente a participação da gestão Dilma Rousseff no episódio.
O prefeito de Mariana, Duarte Junior, critica a ausência do governo federal e diz que o mínimo esperado é uma equipe disponível na cidade: “O governo federal deveria disponibilizar uma equipe para ficar aqui na cidade 24 horas, perceber o que está acontecendo, estar mais próximo do município. Eu acharia muito interessante se o governo federal montasse uma equipe que poderia manter contato com os ministérios, que ficasse aqui em Mariana. Seria de grande valia”.
Nesta semana, a administração de Mariana fez um pedido ao IBAMA na tentativa de receber os recursos da multa aplicada à Samarco. Segundo a Prefeitura, o valor de R$ 250 milhões como punição à mineradora vai para a União e nada deve ser revertido ao município.
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