Presidente do BC avalia que Brexit reduzirá crescimento mundial

  • Por Jovem Pan
  • 29/06/2016 09h43
Marcelo Camargo/Agência Brasil Ilan Goldfajn

 O Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avalia que a saída do Reino Unido da União Europeia vai reduzir o crescimento mundial. Nesta terça-feira (28) ele admitiu que as consequências ainda são incertas mas que o Brasil deve sentir as turbulências. Em sua opinião, no entanto, a economia nacional, apesar da crise, é robusta e cita uma discreta recuperação da confiança.

Goldfajn aponta que a saída do Reino Unido da União Europeia trará incertezas no longo prazo: “Há que observar o impacto no mundo e as consequências no Brasil. Não sabemos exatamente o impacto, mas deve reduzir o crescimento global e pode influenciar o crescimento no Brasil. Não sabemos a magnitude”.

O relatório trimestral de inflação indica alta da estimativa do IPCA de 2016 de 6,6% para 6,9%. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirma que o ajuste das contas vai favorecer a volta ao centro da meta já no próximo ano: “Acreditamos que pode demorar um pouquinho mais para voltar. Isso faz com que a projeção para 2016 suba, que faz com que 2017 tenha uma elevação marginal”. Segundo Ilan Goldfajn, o Banco Central prevê queda do PIB em 3,3% nesse ano, contra 3,5% da projeção feita em março.

O diretor de política econômica, Altamir Lopes, acredita que as condições são favoráveis para a inflação voltar à meta já em 2017, em 4,5%: “É uma revisão pequena de 4,5% para 4,7%, e decorre de uma revisão nesses dois elementos, a revisão no que diz respeito à administração de 5% para 5,3%, e há a consideração no que diz respeito à inércia de uma inflação mais elevada para 2016 no que diz respeito no comparativo entre os dois períodos”. Altamir Lopes espera que a inflação de 2018 seja ainda mais baixa do que os 4,5%.

O ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, considera que o ajuste poderia ajudar a reduzir o custo de vida como espera o governo: “Como o aperto fiscal deve ocorrer, mas deve ser bem menor, provavelmente não vai ter esse impacto todo. Isso é uma das razões do meu ceticismo no que diz respeito à convergência da inflação para os 4,5% no ano que vem”. Para Alexandre Schwartsman, só com um corte mais agressivo de gastos será possível atingir a meta de inflação.

O Banco Central dá como certa a queda das exportações brasileiras com o crescimento mais tímido da economia global.

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