Presidente do BNDES fala em apresentar relatório sobre banco em até dois meses

  • Por Jovem Pan
  • 01/06/2017 09h21

Paulo Rabello Castro é o novo presidente do BNDES

Wilson Dias/Agência Brasil Paulo Rabello Castro

O novo presidente do BNDES, economista Paulo Rabello de Castro, toma posse no final da tarde desta quinta-feira (1º) no Rio de Janeiro. O novo comando do banco vem após a saída de Maria Silvia Bastos Marques, que alegou problemas pessoais para deixar o cargo a seu sucessor.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Paulo Rabello de Castro afirmou que um futuro relatório sobre a situação do BNDES deverá sair o quanto antes. “Gosto de fazer as coisas celeremente com segurança. Dois a três meses acho muito. Acho que em metade desse tempo a gente pode estar conversando”, garantiu. “Precisamos ajudar o Brasil a ter a luz jogada sobre todos os aspectos sombrios. O Brasil está jogando um tempo precioso fora”, completou.

“Tem que ser um relatório, sim. Só não concordo com um aspecto desse relatório, de que ele seja breve. Precisamos de um relatório completo. Quando devemos retomar o crescimento, não devemos jogar pedra em cima de tudo o que vemos aí e fingir que isso não aconteceu”, explicou.

Segundo o presidente do banco, hoje só não existem esclarecimentos porque existem questões como sigilo bancário e de coisas próprias das atividades do banco. “Temos que ser muito cuidadosos com isso (…) Acho que estou bem gabaritado para o acompanhamento desse trabalho”, disse.

Sobre a auditoria, ele afirmou que já visitou o banco e que ficou impressionado com a Controladoria e Auditoria da instituição.

Envolvimento do BNDES em denúncias

O banco vem sendo alvo de denúncias nas delações de grandes nomes e grupos empresariais, como Eike Batista, JBS e Odebrecht. Ao ser questionado sobre qual seria o papel do BNDES em eventual despolitização na liberação de recursos, Paulo Rabello foi direto: “o papel do BNDES é o que sempre foi historicamente definido (…) a missão do presidente do BNDES é defender o capital”.

Sobre a liberação de recursos, o presidente do banco disse que este pertence ao Brasil e aos brasileiros e que não se pode criticar tudo o que foi feito em toda a história da instituição. “Não podemos começar a enxovalhar tudo o que foi feito de bom nos últimos 65 anos de trabalho desenvolvidos, porque 39 de seus funcionários sofrem investigação. A não ser que tenhamos partido para a era medieval de linchamento prévio, essas pessoas são alvos de apuração”, disse.

No que diz respeito à citações em denúncias, Paulo Rabello negou que isso tenha a ver com a atuação de Maria Silvia no comando do BNDES: “presidente fabulosa e super séria”.

Prisão de genro

O empresário Bruno Gonçalves Luz, preso na Operação Lava Jato, é também genro do economista Paulo Rabello de Castro, novo presidente do BNDES e que assume a cadeira no lugar de Maria Silvia Bastos Marques nesta quinta-feira (1º).

O novo chefe do BNDES é pai de Christine Rabello de Castro Luz, casada com Bruno. O empresário foi preso durante operação junto com o pai dele, Jorge Luz, pela polícia de imigração no aeroporto de Miami, nos Estados Unidos.

Segundo as investigações, pai e filho atuavam como lobistas e defendiam interesses do PMDB na Petrobras.

Sobre o caso, Paulo Rabello brincou ao dizer que não tem relações com a prisão do marido de sua filha: “ainda não tipificaram o crime ginecológico, de parentesco”.

Mas o presidente do BNDES também defendeu a imagem do genro: “o Bruno é um ótimo pai de família, ele é um marido exemplar, filo ótimo, de forma que a gente chora, lamenta muito”.

Confira a entrevista completa com Paulo Rabello de Castro:

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