Primeiro presidente paulista em 110 anos, Temer também é o mais velho de todos

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2016 07h21
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Brasília - DF, 31/08/2016. Presidente Michel Temer durante pronunciamento à nação. Foto: Beto Barata/PR Beto Barata/PR Michel Temer - Beto Barata/PR

O primeiro presidente paulista dos últimos 110 anos é também o mais velho dos 41 presidentes que o Brasil já teve. Michel Temer, de 75 anos, assume de vez o cargo após uma experiência de 112 dias de interinidade.

Para explicar como o descendente de libaneses que nasceu na cidade de Tietê chegou ao Palácio do Planalto, é preciso falar do PMDB.

Nos anos 80, o advogado do Largo São Francisco entrou na política pelo partido. De procurador-geral do Estado, tornou-se secretário de Segurança Pública no governo de Franco Montoro.

A medida mais importante na época, que orgulha o político até hoje, foi a criação da primeira delegacia da mulher do Brasil.

Discreto e avesso aos holofotes, Temer foi conquistando espaço no PMDB e foi um dos deputados que participaram da Assembleia Constituinte.

O desempenho na secretária de Segurança Pública o fez voltar para o cargo em meio a uma crise em 1992: o massacre do Carandiru.

Com base no fisiologismo, o PMDB manteve nos anos 90 a importância no cenário político brasileiro.

E isso alçou Temer para voos mais altos, para cargos mais importantes, como a presidência da Câmara dos Deputados. Michel foi eleito para presidir a Casa por três vezes: 1997, 1999 e 2009.

Presidente do PMDB desde 2004, ele representou o partido na chapa de Dilma Rousseff que foi vitoriosa em 2010. Mas a relação cordial entre os dois no primeiro mandato virou completamente em 2015.

A crise política, acentuada com a presença de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, levou Temer até a coordenação política do Governo, mas por apenas quatro meses.

Dias após a recepção do pedido de impeachment na Câmara, uma carta pessoal em que Temer reclama das atitudes de Dilma foi divulgada.

Mas um outro vazamento, em abril de 2016, azedou de vez a relação entre os dois.

Um áudio que dá como certa a aprovação do impeachment na Câmara divulgado dias antes da sessão deixou Dilma Rousseff indignada.

O impeachment passou e Temer, no dia 12 de maio de 2016, assumiu interinamente a Presidência da República. Mas logo no início, uma série de decisões obrigou o presidente interino a voltar atrás. Escolhas nos ministérios e críticas irritaram o peemedebista.

Após a sessão desta quarta-feira (31), Temer assumiu a presidência após 4 meses e meio de interinidade. O peemedebista acenou para uma maior rigidez no combate às críticas.

Sob críticas de “golpistas” e elogios após um processo desgastante e polêmico, Michel Temer inicia o mês de setembro com mais liberdade.

Livre para adotar as medidas de recuperação do País, o novo presidente coloca como prioridade a recuperação econômica e a queda do desemprego.

*Reportagem de Victor LaRegina

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