Prisão de suspeitos de terrorismo é “recado institucional”, diz especialista
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, o ex-analista da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e consultor de organizações internacionais em assuntos de terrorismo, André Luis Woloszyn, afirmou que a operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (21) e que prendeu dez suspeitos de terrorismo “funciona como recado institucional”.
“Eu acredito que essa operação que a Polícia Federal realizou ontem é muito importante porque funciona como recado institucional, mostra a capacidade operacional em detectar e neutralizar ameaças em qualquer parte do território nacional. A ação auxilia também a reduzir um pouco a tensão a que estão submetidas as delegações e até os turistas”, explicou.
A ação prendeu os suspeitos com base na Lei Antiterrorismo, qe foi justificada pela detecção de atos preparatórios. “A lei permite isso. É uma inovação da legislação”, esclareceu.
Como informado pelo ministro da Justiça nesta quinta-feira (21), um dos suspeitos contactou uma loja de armas no paraguai para a compra de um fuzil. Segundo o ministro, esse foi o fato importante para que as prisões fossem realizadas.
O especialista, no entanto, alertou para a preocupação com o terrorismo autóctone, ou seja, praticado por quem já está dentro do país, originário da região onde é encontrado.
“O problema é este tipo de radicalismo autóctone. Não existe um perfil identificado. Eles transitam no ambiente urbano naturalmente, por isso é difícil a detecção antes que aconteça o atentado (…) O fato da tentativa de comprar arma pela internet, nesse contexto, pelo que estamos vivendo e a tensão que existe no País e a preocupação em proporcionar a sensação de segurança durante as Olimpíadas, nos leva a neutralizar qualquer célula nesse sentido de atos preparatórios”, esclareceu.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.