Privatização de parques pode levar à elitização e desvirtuamento de áreas verdes na cidade de SP

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2017 09h49
Marcelo Camargo/ABr ABR ilustrativa - calor em São Paulo - homem descansa no Parque do Ibirapuera

Os paulistanos dizem “não” à privatização dos parques da cidade. Uma das bandeiras da gestão de João Doria – que já tem até uma lista de áreas que devem ser entregues à gestão privada, tem rejeição de 53% dos moradores de São Paulo, segundo levantamento do Instituto DataFolha.

Mas será que a medida é de todo ruim? O investimento privado pode ser bem-vindo se for para manter, revitalizar ou até mesmo ampliar os serviços dos parques públicos.

A questão é que a proposta de João Doria de conceder essas áreas verdes na Capital traz em si riscos que preocupam ambientalistas e especialistas em gestão pública.

Entre eles, a ameaça de elitização e também de degradação dos espaços diante da exploração de atividades por empresas.

Está certo que a cobrança de ingresso não está prevista, mas, serviços oferecidos aos usuários como estacionamento, venda de água de coco passam a ser opções para os concessionários. E com isso, os preços ficariam mais caros.

O professor da Fundação Getúlio Vargas, Nelson Marconi, afirmou que o próprio modelo de concessão é complexo para os investidores.

Outra questão pontuada pelo professor na área de Planejamento Urbano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Orlando Alves dos Santos Júnior, ainda é que a concessão não pode ferir o regulamento dos parques públicos.

Ou seja, não se pode deixar em segundo plano a função ambiental destes espaços. Já que é inerente ao parque o verde, a biodiversidade, os animais.

Shows para multidões, por exemplo, que podem gerar impacto nas áreas verdes, costumam ser vetados.

Confira a reportagem completa de Hellen Braun:

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