Procurador aponta Lula no comando do Petrolão e diz que investigações na Lava Jato podem voltar

  • Por Jovem Pan
  • 27/04/2016 10h37
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São Paulo – O ministério Público comemora a superação da meta de 1,5 milhão de assinaturas para a campanha Dez Medidas contra a Corrupção. Evento de celebração ocorreu na Procuradoria da República em São Paulo e contou com a presença dos procuradores da República, Thiago Lacerda Nobre, Carlos Fernando dos Santos Lima e do subprocurador da República, Nicolao Dino (Rovena Rosa/Agência Brasil) Agência Brasil Carlos Fernando dos Santos Lima

 Um dos condutores da Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, falou à Jovem Pan que a força-tarefa aguarda a liberação do STF para retomar os trabalhos, após a linha investigativa de que Lula seria de fato o chefe do Petrolão: “Temos claramente pagamentos de empreiteiras que acabam beneficiando o ex-presidente e de sua família, isso já era um indicativo. Entretanto, há colaboradores que nos dão conhecimento de que o ex-presidente sabia do esquema e o tinha aprovado. Isso é um elemento bastante importante para formar o convencimento. Mas enquanto não voltar o processo do STF e nós fizermos a acusação, isso é um julgamento provisório”.

Antes de voltar as investigações sobre Lula, o procurador explica que a força-tarefa precisa esperar a devolução do processo pelo STF: “A decisão do ministro Teori foi pelo retorno, mas temos uma série de diligências, as quais não podemos fazer porque o caso está no STF. Vamos continuar com diligências, mas precisamos antes de tudo que o processo retorne”.

O procurador falou sobre o advogado Antônio Mariz, que era cotado para o Ministério da Justiça em um governo Temer, mas que foi descartado por suas entrevistas onde criticou a Lava Jato: “Eu tenho o maior respeito por Mariz como advogado, não tenho restrição sobre sua atuação, mas ele se manifestou contrário às colaborações (da Lava Jato) de forma injusta. Ele foi pouco técnico. Ele tem um posicionamento antigo, como se nós vivêssemos ainda na década de 80”.

Ao ser questionado sobre quanto tempo ainda deve durar a Operação Lava Jato, com as restrições que tem hoje, Lima afirma: “O principal, o grosso sobre a Petrobras, deve ir até o final do ano, com operações e novidades. Mas a continuidade dos processos e investigações menores não tem prazo para acabar”. O procurador cita a falta de espaço na força-tarefa, mas diz que a equipe incentiva investigações no BNDES e ministérios.

Com as críticas à condução coercitiva de Lula, Carlos Fernando dos Santos Lima reitera que esta foi a forma menos atribulada de falar com o ex-presidente, além de citar a ligação com Dilma: “Nós temos o entendimento que era a medida correta, porque no monitoramento telefônico ficava evidente que estavam sendo planejadas medidas para dificultar o trabalho das autoridades, inclusive com uso de movimentos sociais e manifestações de rua que levavam perigo às nossas equipes e às pessoas envolvidas, como o ex-presidente, mas principalmente da nossa equipe de procuradores e policiais. Manter Lula no apartamento podia ter levado a uma situação de confronto maior. Em 5 horas foi feito tudo, todas as medidas, da forma mais rápida, célere, e com o menor dano possível”.

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