Procurador preso pela PF chegou a defender “10 Medidas Contra a Corrupção”
O procurador da República Ângelo Goulart Vilela foi um dos presos nesta quinta-feira, durante a Operação Patmos, a mais nova fase da Lava-Jato.
Ele é suspeito de vazar investigações do Ministério Público Federal, em relação à Operação Greenfield, para o Grupo JBS.
A ação deflagrada em novembro apura fraudes em fundos de pensão e favorecimento a uma empresa de celulose controlada pelo frigorífico.
Vilela atua no Tribunal Superior Eleitoral e entrou na força tarefa da Greenfield em março deste ano, como um reforço à investigação.
Em junho de 2016, ele chegou a discursar no plenário da Câmara dos Deputados, defendendo o projeto das “10 medidas contra a corrupção”: “precisamos, caros colegas, verificar que quando vemos doações eleitorais oficiais que dissimulam pagamento de propina, é preciso atentar para esse fato. É preciso que não só quem está pagando, mas também quem recebe, seja punido”.
O procurador Ângelo Goulart Vilela propôs, na época, uma alteração da lei orgânica nacional dos partidos, para que as legendas também fossem responsabilizadas por atos de corrupção.
Em nota, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, lamentou a prisão e disse que a detenção teve “um gosto amargo”.
Segundo ele, “aquilo que, até então, estava restrito aos círculos da política e da economia, acabou chegando” ao Ministério Público Federal.
*Informações do repórter Vitor Brown
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