Produção do Carnaval em 2016 sofrerá efeitos da crise
Com a economia estagnada e o dólar alto, os custos de quase toda a produção do Carnaval 2016 nas escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo serão afetados. Substituição e reaproveitamento de materiais foram os principais artifícios empregados nas 26 escolas que integram o grupo especial nas duas capitais.
Com 21 anos dedicados à festa, o carnavalesco André Cezari afirma que a crise atual é a mais grave que já enfrentou. Dividindo as atenções entre a Beija-Flor, atual campeã do carnaval carioca, e a paulistana Rosas de Ouro, Cezari explica como lidar com a falta de dinheiro: “Claro que o Carnaval, onde você trabalha com a criatividade, você consegue trabalhar com outros materiais que sejam mais acessíveis, mas está muito difícil. É o momento em que a escola tem que bater no peito, dizer que está entrando na avenida e seja lá o que for”.
Sem um enredo patrocinado, a Unidos da Tijuca, do Rio de Janeiro, recorre a adereços mais simples em relação aos dos anos anteriores. Falando a Cris Santos, o carnavalesco da agremiação, Mauro Quintaes, diz que detalhes da produção facilitaram a economia de recursos: “Começamos diminuindo os elementos mais caros, como as plumas. Por sorte o nosso enredo pedia capins, juta, tecidos mais rústicos, então o próprio enredo nos levou a uma linha de economia bem interessante”.
Em Olinda, Pernambuco, a tradição dos desfiles de bonecos gigantes pelas ladeiras da cidade histórica está mantida. O secretário de Patrimônio e Cultura da cidade, Lucilo Varejão, diz que a festa na rua favorece o bolso do folião: “Você vem para um hotel, usa a fantasia que quiser, vai para a rua e, se passa um maracatu, um bloco de frevo, você se junta a ele e acompanha”.
Os desfiles do Grupo Especial de São Paulo e do Rio de Janeiro estão programados para os dias 5 a 8 de fevereiro. A festa em Olinda começa uma semana antes, com prévias dos principais blocos de frevo.
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