Produtores do Centro-Oeste reclamam da falta de planejamento do Governo Federal
Vila Rica/MT – Agricultores da região do Alto do Araguaia, no Mato Grosso, têm se queixado da falta de planejamento do governo federal. Um dos principais apontamentos é o atraso na liberação do crédito agrícola no segundo semestre de 2015, que agora prejudica o calendário de colheita da soja e plantio do milho segunda safra.
O fazendeiro Pércio Luiz afirma que “o país vai para o buraco” por falta de política agrícola organizada. Para ele, a falta de chuva e a burocracia que o agricultor enfrenta transformaram 2016 em um ano atípico.
“Tanto para o agricultor quanto para o granjeiro, um ano ele ganha dinheiro e no outro tudo que ele ganhou se transforma em gasto, então você não tem uma sustentabilidade do negócio, isso gera desemprego e falta de renda”, declara Pércio Luiz.
O vice-presidente do Sindicato Rural do município de Querência, Osmar Frizzo, alega que o setor está inseguro com as políticas do governo. Ele defende que o impeachment da presidente Dilma Rousseff pode dar abertura a melhorias no agronegócio, já que o momento é de completa insegurança para o setor.
Durante o Rally da Safra, expedição pelas lavouras de soja e milho no Brasil, o engenheiro agrônomo Fabio Meneghin conversou com produtores das regiões de Mato Grosso e afirmou que a burocracia é a principal reclamação da categoria.
“Os produtores reclamam muito não da disponiblidade de recursos em si, mas em relação à burocracia de acesso a esse recurso providenciado pelos bancos públicos”, afirma Meneghin.
Mesmo com as dificuldades na liberação de crédito e a seca que atingiu o Centro-Oeste, estima-se que o Brasil tenha outra safra recorde em 2016. Novas estimativas indicam produção de quase 102 milhões de toneladas de soja e 87 milhões de toneladas de milho.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.